
A Semana do Sono em Teresina, Piauí, que começou dia 14 e termina quinta-feira, 20 de março, trouxe à tona discussões essenciais sobre a importância do sono para a saúde e os riscos de distúrbios como a apneia obstrutiva do sono, que afeta 33% da população brasileira.
O evento, organizado pela Academia Brasileira do Sono, contou com uma equipe multiprofissional composta por médicos, fisioterapeutas, dentistas e psicólogos, que orientaram a população sobre como melhorar a qualidade do sono e evitar problemas de saúde associados à privação de descanso.
A especialista em sono, Semira Selene, fisioterapeuta e vice-presidente regional da Academia Brasileira do Sono no Piauí, disse em entrevista à jornalista Marília Lélis, no portal Piauí Hoje que o sono é um dos pilares fundamentais para uma vida saudável, ao lado da alimentação balanceada e da prática de atividades físicas.
"O sono regula funções vitais do corpo, como a produção hormonal, a consolidação da memória e a eliminação de toxinas do cérebro. Negligenciá-lo pode levar a problemas como hipertensão, obesidade e até doenças cardiovasculares", explicou Semira.
Ações da Semana do Sono
Durante o evento, os profissionais de saúde realizaram ações em parques e espaços públicos de Teresina, esclarecendo dúvidas da população sobre distúrbios do sono e oferecendo orientações personalizadas. "Muitas pessoas relatam dificuldades para dormir, roncos e sonolência excessiva durante o dia. Esses são sinais de que algo não está bem", destacou Semira.
A apneia obstrutiva do sono, caracterizada por interrupções na respiração durante o sono, foi um dos temas mais abordados. A condição, que pode levar a complicações como infarto, AVC e diabetes, está diretamente relacionada ao aumento da obesidade na população. "Vivemos em uma geração de fast food e sedentarismo, o que contribui para o crescimento dos casos de apneia, inclusive entre jovens", alertou a especialista.
Pequenos hábitos que fazem a diferença do sono
Para melhorar a qualidade do sono, os especialistas recomendam a adoção de práticas conhecidas como "higiene do sono". Entre elas, estão:
- Manter horários regulares para dormir e acordar;
- Reduzir a exposição à luz artificial antes de dormir;
- Evitar o uso de telas, como celulares e TVs, no quarto;
- Praticar atividades relaxantes antes de dormir;
- Evitar trabalhar ou realizar atividades estressantes na cama.
"O sono é um processo fisiológico, e pequenas mudanças na rotina podem fazer uma grande diferença. A cama deve ser usada apenas para dormir ou para momentos íntimos, nunca para trabalhar ou assistir TV", reforçou Semira.
Outro ponto destacado durante o evento foi o perigo da automedicação para tratar distúrbios do sono. "Muitas pessoas recorrem a remédios sem prescrição médica, o que pode levar à dependência e agravar os problemas. O tratamento padrão ouro para insônia, por exemplo, é a terapia comportamental cognitiva, não a medicação", explicou a fisioterapeuta.
Onde buscar ajuda
Para quem suspeita de distúrbios do sono, a recomendação é procurar um médico especialista e realizar exames como a polissonografia, considerado o padrão ouro para diagnóstico de apneia e outros problemas relacionados ao sono. Em Teresina, a população conta com uma equipe multiprofissional preparada para atender esses casos, incluindo fisioterapeutas, dentistas e psicólogos.
De acordo com dados oficiais, 33% da população brasileira sofre de apneia obstrutiva do sono. Os especialistas alertam que a privação de sono aumenta o risco de hipertensão, obesidade e diabetes. Eles informaram que a polissonografia é o exame mais indicado para diagnosticar distúrbios do sono e dizem que a terapia comportamental cognitiva é o tratamento mais eficaz para insônia.
Semira Selene e a jornalista Marília Lélis no estúdio do portal Piauí Hoje
Entrevista
Acesse o link abaixo e assista a entrevista completa da fisioterapeuta Semira Selene.