
Em entrevista exclusiva ao jornal Folha de São Paulo, ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), disse que tem o apoio do presidente Lula (PT) para seguir no cargo e que a pasta não será fatiada.
“Eu me sinto apoiado pelo presidente para cumprir as metas que ele estabeleceu com o povo”, afirmou Wellington Dias ao Folha de S.Paulo.
Lula está negociando a reforma ministerial para selar o embarque de PP e Republicanos no primeiro escalão do governo, na expectativa de consolidar uma base de apoio no Congresso. A escolha dos cargos, no entanto, é alvo de impasse.
O PP, partido do presidente da Câmara, Artur Lira (PP-AL), quer assumir o Ministério do Desenvolvimento Social para dar vazão a emendas parlamentares para obras e compra de equipamentos para os centros de assistência social espalhados pelo país. Mas a pasta é considerada estratégica pelo PT, pois abriga o Bolsa Família, principal vitrine social do governo.
Nos últimos dias passou a circular na imprensa a informação de que o Desenvolvimento Social será dividido, sendo que o Bolsa Família ficaria sob o comando de Wellington Dias e as demais áreas da pasta seria cedidas para o centrão.
Segundo o ministro, essa ideia já foi descartada pelo próprio Lula.
“Essa decisão ele [Lula] tomou [de não dividir o ministério]. Quando se separou o Auxílio Brasil [antecessor do novo Bolsa Família] desses programas sociais, o que aconteceu? Não foi só a pandemia, cresceu a fome, cresceu a pobreza e a extrema pobreza, cresceu a população de rua, enfim, uma situação social grave”, afirmou Dias.
“O presidente sabe mais do que ninguém que Bolsa Família é mais que transferência de renda. Mas ele tem que estar integrado. Aqui são 33 programas, porque não é só transferir dinheiro. Cada programa desses tem um impacto, porque a pobreza não é uniforme. São variadas situações”, acrescentou.
O ministro sinalizou que as chances de Lula ceder o comando do Desenvolvimento Social para o centrão são baixas. “Eu vou usar aqui uma frase que já ouvi uma vez o presidente Lula dizer: ‘o Ministério do Desenvolvimento Social é tão estratégico que, se eu pudesse, eu me nomearia para ele'”.
Por outro lado, o ministro reconhece que o governo precisa de ajustes na articulação com o Congresso e abrir espaço na Esplanada para alcançar a estabilidade política.
Fonte: Com informações da Folha de S. Paulo