Política

BANCO CENTRAL

Lula é aconselhado a escolher novo presidente do BC antecipadamente

Conselheiros próximos ao presidente querem reduzir a influência do atual presidente do BC no cenário econômico

Da Redação

Quarta - 03/07/2024 às 12:37



Foto: REUTERS/Adriano Machado Banco Central e Luiz Inácio Lula da Silva
Banco Central e Luiz Inácio Lula da Silva

Diante das recentes tensões políticas e econômicas no Brasil, o presidente Lula (PT) está sendo fortemente aconselhado por seus conselheiros a antecipar a escolha do próximo presidente do Banco Central (BC). Segundo informações obtidas por Igor Gadelha do Metrópoles, essa ação visa reduzir a influência de Roberto Campos Neto, o atual presidente do BC, no cenário econômico.

Campos Neto, que está à frente do BC desde fevereiro de 2019, tem sido alvo de críticas por parte do governo Lula devido à sua insistência na manutenção de uma taxa básica de juros (Selic) elevada. Lula e seus aliados argumentam que os juros altos têm prejudicado a recuperação econômica e a criação de empregos. Recentemente, foi revelado que Campos Neto tem sido acusado de promover um clima de instabilidade econômica, incentivando o mercado a se posicionar contra o governo.

Diante do término iminente do mandato de Campos Neto, conselheiros próximos a Lula estão pressionando para que a nomeação de seu sucessor seja antecipada. Essa estratégia não apenas enfraqueceria o poder de Campos Neto, mas também facilitaria uma transição mais harmoniosa para as novas políticas econômicas do governo.

A gestão de Campos Neto no Banco Central tem sido marcada por uma postura monetária conservadora, com a justificativa de controlar a inflação através de uma Selic alta. No entanto, críticos argumentam que essa política tem sido um entrave ao crescimento econômico. Lula tem expressado publicamente seu descontentamento com essa abordagem, destacando que os altos juros afetam negativamente tanto os setores produtivos quanto os consumidores. A recente desaceleração da inflação, segundo os defensores de uma política monetária mais branda, deveria abrir espaço para cortes significativos na Selic.

Além das diferenças econômicas, a relação entre Lula e Campos Neto é tensionada por questões políticas. Indicado durante a administração de Jair Bolsonaro (PL), Campos Neto é visto como um símbolo das políticas econômicas do governo anterior. A autonomia do Banco Central, estabelecida em 2021, tem dificultado ainda mais a influência direta do governo sobre o presidente do BC, criando um cenário de conflito e disputa de poder.

Em resposta às críticas, Campos Neto tem defendido a política do Banco Central, afirmando que a estabilidade econômica e o controle da inflação são essenciais para o crescimento sustentável a longo prazo. No entanto, a pressão para uma mudança na liderança do BC cresce à medida que o governo busca implementar suas próprias diretrizes econômicas e superar os desafios atuais.

Fonte: Brasil 247

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