Política

BRASIL E ARGENTINA

Lula afirma que o presidente argentino, Javier Milei, deve desculpas ao Brasil

Lula e Milei ainda não se reuniram após a posse do argentino em dezembro do ano passado

Da Redação

Quarta - 26/06/2024 às 12:19



Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Presidente Lula
Presidente Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (26), que o presidente da Argentina, Javier Milei, deve desculpas ao Brasil. Para Lula, Milei  "falou muita bobagem" sobre ele e o Brasil. 

Mesmo a Argentina sendo o principal parceiro comercial do Brasil na América do sul, Lula e Milei ainda não se reuniram após a posse do argentino em dezembro do ano passado, quando o Brasil foi representado pelo chanceler Mauro Vieira.

“Eu não conversei com o presidente da Argentina porque eu acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim, ele falou muita bobagem. Eu só quero que ele peça desculpas. A Argentina é um país que eu gosto muito, é um país muito importante para o Brasil, o Brasil é muito importante para a Argentina, e não é um presidente da República que vai criar uma cizânia entre o Brasil e a Argentina”, disse Lula em entrevista ao Portal Uol.

“O povo argentino e o povo brasileiro é maior do que os presidentes e eles querem viver bem, quer viver em paz. Então, se o presidente da República da Argentina governar a Argentina já está de bom tamanho, não tem que governar o mundo”, acrescentou Lula.

Javier Milei, que se autointitula "anarcocapitalista", foi eleito presidente em uma coalizão conservadora e se posiciona como defensor de um liberalismo radical. Durante sua campanha eleitoral, criticou abertamente o presidente Lula e chegou a sugerir a possibilidade de cortar relações com o Brasil.

Apesar das discordâncias, as relações diplomáticas entre os dois países permanecem intactas. Em abril, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, recebeu a chanceler argentina, Diana Mondino, em sua primeira visita oficial a Brasília desde a posse de Milei. Durante o encontro, foram discutidos temas como infraestrutura na fronteira, cooperação em energia e defesa, melhorias na Hidrovia Paraguai-Paraná, além do fortalecimento do Mercosul e dos processos de integração regional.

Foragidos dos atos golpistas

A questão dos foragidos do episódio de 8 de janeiro também está sendo discutida entre as autoridades dos dois países. Na semana passada, o governo argentino entregou ao Itamaraty uma lista com nomes de brasileiros que estão foragidos no país vizinho após os eventos ocorridos em Brasília. Esses indivíduos são acusados de participação nos atos ocorridos na data mencionada.

O documento foi repassado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que solicitou ao Itamaraty a consulta ao governo argentino. O presidente Lula defende que os brasileiros que já foram condenados retornem ao Brasil para cumprir suas penas ou, caso optem por permanecer na Argentina, sejam detidos e cumpram suas penas lá.

Os trâmites para uma eventual extradição dependem de pedido formal do Judiciário brasileiro e são conduzidos pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. O Itamaraty atua de forma auxiliar na cooperação jurídica internacional, facilitando o intercâmbio de documentos necessários para o processo.

Recentemente, a Polícia Federal realizou uma operação para cumprir mandados de prisão contra centenas de envolvidos na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. A operação visava capturar foragidos ou indivíduos que descumpriram medidas cautelares determinadas pelo STF, incluindo aqueles que fugiram para países como Argentina e Uruguai. A PF já prendeu cerca de 50 pessoas e continua buscando localizar outros 159 envolvidos considerados foragidos.

Essas ações fazem parte da Operação Lesa Pátria, que investiga responsáveis e executores dos ataques desde o ano anterior.

Fonte: Agência Brasil

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