Política

CONDENAÇÃO

​​​​PGR deve apresentar pedido de condenação de Bolsonaro ao STF nesta segunda (14)

Paulo Gonet envia alegações finais ao STF com mais de 40 anos de pena em jogo

Da Redação

Segunda - 14/07/2025 às 09:06



Foto: EVARISTO SA / AFP Jair Bolsonaro (PL)
Jair Bolsonaro (PL)

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, deve apresentar nesta segunda-feira (14) ao Supremo Tribunal Federal (STF), as alegações finais no processo que acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro de liderar uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. A manifestação da Procuradoria-Geral da República marca a reta final da fase processual contra o chamado "núcleo 1" da investigação, composto por oito réus, entre eles Bolsonaro, os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno, e os ex-ministros Anderson Torres e Alexandre Ramagem.

Nas alegações finais, a PGR deve pedir formalmente a condenação do ex-presidente por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração de patrimônio tombado. A soma das penas previstas para esses crimes ultrapassa os 40 anos de prisão em regime fechado, embora o cálculo final dependa de agravantes e atenuantes que ainda serão analisados pelo STF.

O prazo para apresentação do documento foi estabelecido pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, e se encerra nesta segunda-feira. Segundo auxiliares de Gonet, o procurador-geral decidiu não pedir prorrogação, mas pretende usar todo o tempo disponível para concluir o texto, que servirá como base para o julgamento de mérito na Primeira Turma da Corte

Paulo Gonet, procurador-geral da República, deve pedir condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe - Reprodução/Senado Federal

As alegações finais são consideradas uma espécie de dossiê jurídico, em que a acusação organiza provas, depoimentos e argumentos colhidos durante a fase de instrução para convencer os ministros da necessidade de condenação dos réus.

Concluída a manifestação da PGR, Moraes deve intimar o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso, para que apresente seu próprio memorial no prazo de 15 dias. As defesas dos demais acusados também terão o mesmo prazo, de forma simultânea, para enviar suas alegações finais. 

O gabinete do ministro trabalha com a expectativa de reunir todas as manifestações até 15 de agosto. A partir daí, os ministros terão cerca de um mês para analisar os autos, antes da definição da data de julgamento, que deve ocorrer em meados de setembro. A Primeira Turma do STF, responsável pela análise do caso, pode convocar sessões extraordinárias para agilizar a tramitação.

A denúncia contra Bolsonaro e seus aliados tem como base os elementos reunidos pela Polícia Federal na Operação Tempus Veritatis, deflagrada em fevereiro de 2024, que revelou um suposto plano para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e anular o resultado das eleições de 2022. Ao longo da instrução, 52 testemunhas foram ouvidas, incluindo o próprio ex-presidente e Mauro Cid, que firmou acordo de colaboração premiada.

Com a entrega das alegações finais, o processo entra na fase decisiva. Caso os ministros do STF acatem o pedido da PGR, Bolsonaro poderá se tornar o primeiro ex-presidente da República condenado por tentativa de golpe de Estado na história democrática do país.

Fonte: CNN

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