Política

JULGAMENTO

Para reduzir críticas, STF avalia progressão de pena aos golpistas do 8/1

STF analisa pedidos de progressão de pena de condenados por atos golpistas do 8 de Janeiro

Da Redação

Segunda - 19/05/2025 às 11:21



Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil 8 de janeiro: o dia em que a democracia brasileira foi atacada
8 de janeiro: o dia em que a democracia brasileira foi atacada

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve analisar, ainda neste mês, mais de 20 casos de golpistas que podem ter direito à progressão de regime, após a pressão pelo avanço do debate no Congresso sobre uma possível anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro.

As decisões devem atingir pessoas já condenadas por crimes como tentativa de golpe de Estado e depredação do patrimônio público, que agora poderão ser beneficiadas com a prisão domiciliar ou regime semiaberto.

Segundo os ministros da Corte, muitos dos réus já cumpriram um sexto da pena, o que abre caminho para a progressão. Desde o início das condenações, 584 pessoas foram sentenciadas, com penas que variam de a 17 anos.

Atualmente, tramitam no STF cerca de 100 processos de execução penal relacionados aos atos golpistas. O tribunal contabiliza 38 presos provisórios, 37 em prisão domiciliar e 90 presos definitivos. Nenhum dos detentos com sentença transitada em julgado teve, até agora, acesso à progressão de regime.

O ministro Alexandre de Moraes será o responsável por julgar os pedidos. Um dos casos é o de Manoel Messias Pereira Machado, condenado a 13 anos e seis meses, preso em flagrante no dia 8 de janeiro e atualmente na Penitenciária da Papuda, em Brasília. A defesa alega que ele já cumpriu o requisito para o semiaberto em 23 de abril, levando em conta o tempo de prisão preventiva.

Outro réu que aguarda decisão semelhante é Charles dos Santos, também condenado a 13 anos. Preso há mais de dois anos, sua defesa sustenta que ele já preenche os requisitos para a progressão, com mais de duas mil horas de estudo e 333 horas de trabalho interno, além de bom comportamento no sistema prisional.

Para os ministros do STF, a concessão das progressões de pena demonstra que a Corte está seguindo estritamente os critérios legais e aplicando a Lei de Execução Penal.

Internamente, o Supremo vê essa movimentação como uma forma de responder às críticas de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que acusam a Corte de ter imposto punições desproporcionais. Segundo integrantes do tribunal, ao permitir que presos progridam de regime, o STF reforça o respeito ao devido processo legal.

A tendência no Supremo é permitir as progressões em casos nos quais os critérios objetivos estejam atendidos. Os ministros acreditam que, à medida que os detentos migrarem para o regime semiaberto ou para prisão domiciliar, a pressão política por anistia e as críticas à atuação do Judiciário nos casos do 8 de janeiro tendem a diminuir.

Fonte: Diário do centro do mundo

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