Política

PABLO MARÇAL

Pablo Marçal usa empresas falsas para vender imagem de empresário bem-sucedido

O candidato à Prefeitura de São Paulo não é sócio de nenhuma dessas empresas que ele diz ser

Da Redação

Segunda - 02/09/2024 às 11:47



Foto: Reprodução/Youtube Pablo Marçal
Pablo Marçal

Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, se apresenta como um empresário bem-sucedido que acumulou uma fortuna significativa liderando diversos negócios. Entre as conquistas que ele ostenta em suas redes sociais estão a suposta compra de um banco e de uma seguradora, que, segundo ele, são avaliados em R$ 400 milhões.

Nas palestras e entrevistas que concede, especialmente em podcasts, Marçal alega que seu banco está “autorizado” a operar e que foi criado por ele para suprir a insatisfação com as instituições financeiras tradicionais. Ele também afirma que sua seguradora já opera com a devida autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep). No entanto, uma análise mais profunda revela uma realidade bem diferente da que ele divulga.

Apesar das alegações de Marçal, a suposta instituição financeira que ele menciona não aparece nos registros oficiais do Banco Central (BC). O que ele chama de banco é, na verdade, uma plataforma digital que cobra R$ 45 para abrir uma conta em outra instituição financeira – essa sim autorizada pelo BC –, a qual oferece o serviço de forma gratuita.

Marçal já afirmou em diversas ocasiões: “O dia que eu comecei a ter clareza na minha vida, o que eu quis? Eu quis abrir um banco. Eu tenho um banco, o General Bank.” Ele chegou a declarar que o banco já estava autorizado a operar e que evitava fazer propaganda para não parecer "camelódromo digital".

No entanto, o "General Bank" é apenas uma marca registrada por Marçal no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) para diversos serviços, incluindo um banco e uma loja de cursos online. Contudo, o registro de marca não equivale à propriedade de uma empresa ou à autorização para operar um banco de verdade.

Quem tenta abrir uma conta no General Bank se depara com dois fatos fundamentais: primeiro, diferentemente dos grandes bancos do país e em desacordo com as normas do Banco Central, a plataforma cobra R$ 45 para o cadastro e abertura da conta. Segundo, a conta aberta não é no General Bank, pois ele não é um banco. Trata-se de uma conta corrente na Asaas, uma instituição financeira devidamente autorizada pelo BC, que oferece o mesmo serviço sem cobrança de taxas e sem intermediários.

O valor cobrado pela abertura da conta vai diretamente para as contas da BRM1, uma empresa que pertence a Bruno Pierro, amigo próximo de Marçal. Portanto, o "banco" que Marçal afirma possuir é, na realidade, uma plataforma intermediária que cobra por um serviço que poderia ser obtido de graça.

A seguradora que Marçal promove também não é exatamente o que parece. Ele afirma ter comprado a "Loovi", uma empresa que, segundo ele, já opera com autorização da Susep. No entanto, essa seguradora não possui registro na Susep, órgão regulador do mercado de seguros no Brasil.

A Loovi, na verdade, funciona como uma revendedora de seguros de outras empresas e também oferece um curso de “executivo” por R$ 497, que ensina como ser corretor de seguros. A empresa foi fundada em 2019 com um capital social de apenas R$ 50 mil e está registrada no nome de Quezide Cunha, outro influenciador digital próximo a Marçal.

Marçal possui apenas uma sociedade em conta de participação (SCP) com o nome Loovi, um tipo de sociedade onde um sócio ostensivo investe o capital e assume a responsabilidade, enquanto o outro apenas administra. No entanto, esta SCP não possui qualquer vínculo societário com a Loovi ou a LTI Seguros SA, a empresa cujos produtos são revendidos pela Loovi.

Fonte: Diário Centro do Mundo

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