O coronel Ricardo Mello, eleito vice-prefeito de São Paulo no domingo (27), já esteve envolvido em manifestações antidemocráticas. A informação foi revelada pela coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles. Indicado à chapa do prefeito reeleito Ricardo Nunes por Jair Bolsonaro, sua nomeação reforça a conexão do ex-presidente com a gestão municipal.
Em novembro de 2022, Mello participou de um ato em frente ao Comando Militar do Sudeste, na capital paulista. A manifestação pedia intervenção militar e rejeitava a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais, refletindo a insatisfação de grupos bolsonaristas. Naquele período, várias rodovias federais foram bloqueadas por apoiadores do ex-presidente, em protestos ilegais.
Durante o evento, Mello publicou nas redes sociais a frase: “Ou ficar à pátria livre ou morrer pelo Brasil”. Próximo ao coronel, manifestantes seguravam faixas pedindo "intervenção federal", um discurso repetido em várias cidades brasileiras, inclusive no acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília. Em 8 de janeiro de 2023, muitos participantes desse acampamento foram responsáveis pela invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
Trajetória e polêmicas na Ceagesp
Antes da eleição, Ricardo Mello foi presidente da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), uma estatal federal. Sua gestão na Ceagesp foi marcada por controvérsias. Em 2021, ele foi acusado de forçar um funcionário a pedir demissão sob ameaça de prisão, o que gerou críticas sobre seu estilo autoritário.
Posicionamentos polêmicos e críticas
Além de sua participação em atos golpistas, Mello é conhecido por declarações controversas. Ele se posicionou contra a vacinação contra a Covid-19, defendeu o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e fez comentários sugerindo que protocolos policiais deveriam variar entre bairros ricos e pobres. Essas falas geraram preocupação sobre o impacto de sua atuação na gestão da cidade.
Com a reeleição de Ricardo Nunes e o protagonismo de Mello como vice-prefeito, as críticas aumentam quanto ao alinhamento político com Jair Bolsonaro e as possíveis repercussões de suas posições autoritárias no governo municipal de São Paulo.
Fonte: Brasil 247