Política

INFRAESTRUTURA

Limma anuncia construção de calçamento para comunidade quilombola de Esperantina

Serão 125 famílias beneficiadas com a construção de cinco mil metros quadrados de calçamento que dará acesso adequado ao casarão histórico

Da Redação

Sexta - 21/11/2025 às 10:30



Foto: Divulgação Limma em evento na comunidade quilombola Olho d’Água dos Negros, em Esperantina
Limma em evento na comunidade quilombola Olho d’Água dos Negros, em Esperantina

Durante a culminância das atividades do Dia da Consciência Negra, nessa quinta-feira (20), a comunidade quilombola Olho d’Água dos Negros, em Esperantina, no Norte do Piauí, celebrou um importante avanço para a preservação e valorização de sua história. O deputado estadual Francisco Limma (PT) anunciou a construção de cinco mil metros quadrados de calçamento que dará acesso adequado ao casarão histórico, principal símbolo cultural da localidade, onde vivem 125 famílias na zona rural do município.

O anúncio foi feito durante apresentações culturais realizadas no próprio casarão. Limma afirmou que, após conversa pessoal com o governador Rafael Fonteles, recebeu a confirmação de que a obra será executada, atendendo a um pedido antigo dos moradores.

“Esse é mais que um investimento em infraestrutura. É reconhecimento, valorização e respeito à história dessa comunidade”, destacou.


A confirmação do calçamento foi recebida com entusiasmo pela comunidade, que acredita que a nova estrutura favorecerá a circulação de visitantes, o desenvolvimento de ações culturais e a realização de atividades educativas no espaço. O casarão é considerado pelos moradores o “guardião da história” do povo negro local, atraindo turistas, pesquisadores e estudantes.

A obra também deve facilitar o deslocamento durante festividades e eventos tradicionais, fortalecendo o turismo de base comunitária e ampliando a visibilidade do território quilombola.

De símbolo da escravidão à referência de preservação da memória negra

Construído em 1847, a cerca de 189 km de Teresina, o casarão foi tombado como Patrimônio Cultural do Piauí pela Resolução nº 9.311, de 23 de março de 1995, da Fundação Cultural do Piauí (FUNDAC). Embora tenha sido utilizado no período da escravidão, o espaço foi ressignificado pelos descendentes de escravizados, transformando-se em um museu e centro cultural dedicado à preservação da memória negra e ao fortalecimento da identidade quilombola.

Hoje, o casarão é palco de manifestações culturais essenciais para a comunidade. Entre elas, destaca-se o grupo afro-cultural Iluaiê, formado por crianças e jovens de 5 a 16 anos, que utilizam dança, música e expressões tradicionais para manter viva a ancestralidade do território.

Museu abriga acervo cultural, religioso e artístico

O museu instalado no casarão guarda peças artesanais produzidas pela própria comunidade, objetos que representam tradições quilombolas e artigos religiosos, como imagens de santos e oratórios. Pelas paredes, fotografias, pinturas e trabalhos de artistas piauienses contam a história de personagens e acontecimentos que marcaram a trajetória do povo de Olho d’Água dos Negros.

Com o novo calçamento, moradores esperam que o espaço histórico receba ainda mais visitantes e continue sendo um ambiente de resistência, memória e fortalecimento da cultura afrodescendente no Piauí.

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