Política

FIDELIDADE PARTIDÁRIA

Fábio Novo promete expulsar políticos eleitos pelo PT que apoiarem adversários

Futuro presidente do PT no Piauí ameaça punir prefeitos e deputados que declararem apoio a Ciro Nogueira, citando caso de Marden Menezes como exemplo

Por Luiz Brandão

Quinta - 07/08/2025 às 09:31



Foto: Divulgação/Alepi Deputado estadual Fábio Novo (PT)
Deputado estadual Fábio Novo (PT)

O futuro presidente estadual do PT no Piauí, deputado Fábio Novo, reafirmou com veemência na noite desta quarta-feira (06/08) que fará uma verdadeira "faxina" no partido, punindo – inclusive com expulsão – qualquer político eleito pelo PT que declarar apoio a candidatos de legendas adversárias. O alvo imediato da medida são prefeitos e deputados petistas que estão apoiando a reeleição do senador Ciro Nogueira (PP), considerado inimigo número 1 do PT e dos governos Lula e Rafael Fonteles.

Novo não poupou exemplos para justificar sua posição. Citou o caso do deputado Marden Menezes, que foi expulso do PP após apoiar o governo de Rafael Fonteles (PT). "Quem não seguir as normas e o estatuto do Partido não deve ficar no partido", declarou o parlamentar, em tom de alerta aos aliados que pensam em romper a disciplina partidária.

Curiosamente, a estratégia de Fábio Novo ecoa uma decisão recente do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Conforme noticiado pelo G1, a Executiva Nacional da legenda aprovou em julho uma resolução que proíbe políticos eleitos pelo PL de apoiar candidaturas de outras siglas. A punição para os infratores pode incluir desde a perda de acesso a recursos públicos para campanhas em 2026 até a expulsão do partido.  

Para Novo, a medida do PL serve como um precedente válido. "Se outros partidos estão adotando essa postura, por que o PT não faria o mesmo?", questionou, defendendo que a coerência ideológica e a lealdade partidária devem ser prioridade.

A proposta de Fábio Novo pode gerar conflitos internos. Alguns petistas argumentam que, em um sistema político marcado por alianças locais, a rigidez excessiva pode isolar o partido. O próprio caso de Marden Menezes ilustra a complexidade do cenário: se o PP o puniu por apoiar um petista, o PT agora ameaça fazer o mesmo com quem apoiar um adversário.

Ainda assim, Novo parece disposto a enfrentar as críticas. "Alguns podem sair, mas outros virão. O PT não pode abrir mão de seus princípios", afirmou, sinalizando que, sob seu comando, a legenda adotará uma linha dura contra a infidelidade partidária. Para isso, a Comissão de Ética do PT será acionada com frequência.

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