A Câmara Municipal de Teresina - CMT, vive um clima de tensão e medo após a prisão da vereadora Tatiana Medeiros, acusada de crime eleitoral (compra de votos) e envolvimento com uma facção criminosa atuante na capital piauiense. Segundo apurações da imprensa, vereadores e funcionários evitam falar sobre o caso por temerem retaliações da organização à qual a parlamentar estaria ligada.
De acordo com informações repassadas à imprensa, o ambiente de intimidação já era perceptível desde a campanha eleitoral, com denúncias de participação de criminosos no processo. "O clima de medo era geral. Em algumas comunidades os membros de facções diziam quem era os candidatos da preferência deles e quanto votos eles queriam para seus candidatos nesses locais", disse um membro do PSB em Teresina pedindo anonimato.
Segundo a testemunha, que ouvida pela Polícia, a situação chegou a um ponto tão crítico que, em 2023, ninguém no PSB quis assumir a direção do partido em Teresina devido às pressões. Agora, os correligionários de Tatiana Medeiros se recusam a falar sobre quem deve assumir o mandato e evitam comentar o tema publicamente.
Facções ocupando poder público
Órgãos de inteligência da Polícia Federal (PF) já haviam emitido alertas sobre a infiltração de facções em cargos políticos e instituições públicas em todo o Brasil, estratégia usada por organizações criminosas para ampliar a influência e blindar operações ilegais. A prisão de Tatiana reforça essa preocupação e investigações indicam que pelo menos outros três vereadores teriam ligações com facções em Teresina.
Justiça e Segurança sobre pressão
Especialistas exigem que a Justiça Eleitoral e as autoridades de Segurança aprofundem as investigações para conter a onda de terror político na cidade. A falta de ação pode consolidar o domínio criminoso sobre instituições democráticas, ameaçando não só a ordem pública, mas também a legitimidade das eleições.
O secretário estadual de Segurança Pública do Piauí, advogado Chico Lucas, esclareceu que a investigação contra o grupo começou na Polícia Civil do Piauí, quando o namorado da vereadora, Alandilson Cardoso Passos, foi preso em Minas Gerais, em novembro de 2024, durante Operação Denarc 64.
Alandilson também teve ordem de prisão decretada na quinta-feira (03) pela Justiça. A ordem foi cumprida pela Polícia Federal dentro da Penitenciária de Minas Gerais, onde o namorado da parlamentar continua preso.
De acordo com o secretário Chico Lucas, a prisão da vereadora Tatiana Medeiros é um desdobramento das ações da Secretaria de Segurança Pública contra o crime organizado e as facções.
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