
Em Washington, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, estabeleceram nesta quinta-feira (16), um canal direto de comunicação entre os dois países.
Inspirados no modelo adotado pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente americano Donald Trump, Mauro Vieira e Mauro Rubio trocaram contatos pessoais. As negociações ocorreram durante uma reunião de pouco mais de uma hora na capital americana.
Segundo nota conjunta divulgada após o encontro, Rubio classificou a interlocução com Vieira como “muito positiva” e ambos manifestaram interesse em marcar, “na primeira oportunidade possível”, uma reunião presencial entre Lula e Trump.
Conforme apurado, o encontro ampliado focalizou negociações sobre o tarifaço de até 50% aplicado a produtos brasileiros e as sanções impostas a autoridades do Brasil.
Ficou acordado que uma primeira rodada técnica de negociação será realizada de forma virtual nos próximos dias. A equipe brasileira preparará estudo de impacto e propostas de contrapartidas, enquanto os EUA definem quais ajustes tarifários poderiam ser aceitos.
Em coletiva, Vieira descreveu o encontro como “processo auspicioso” para a reversão das medidas. Segundo ele, prevaleceu um ambiente “construtivo”, baseado na sintonia gerada pelo recente telefonema entre os presidentes Lula e Trump. Na mesma linha, a nota norte-americana reforça o compromisso com o “diálogo em múltiplas frentes” e o acordo de agendas entre as duas equipes.
O novo momento diplomático surge após meses de tensão. Em julho, o governo Trump elevou tarifas sobre produtos brasileiros de 10% para 50%, sob justificativas de desequilíbrios comerciais e disputas políticas em torno do julgamento do ex‑presidente Jair Bolsonaro.
A reaproximação começou com um breve encontro nos bastidores da Assembleia Geral da ONU no dia 23 de setembro e se intensificou com o telefonema entre Lula e Trump em 6 de outubro, no qual o Brasil pediu a revisão dos encargos. A troca de números pessoais entre os dois presidentes foi destacada como gesto simbólico para encurtar canais diplomáticos.
Para os analistas políticos, a abertura de via direta entre chanceler e secretário de Estado é sinal de maturidade diplomática e de que ambos os lados buscam descartar ruídos institucionais. As discussões técnicas exigirão concessões relativas à magnitude das tarifas, prazos de implementação e salvaguardas setoriais, sobretudo para produtos sensíveis no Brasil.
A expectativa é que o cronograma de negociações avance nas próximas semanas e que uma agenda presidencial entre Lula e Trump seja selada nos bastidores.
Fonte: G1
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