O general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Jair Bolsonaro (PL), tem se mostrado cético em relação às investigações da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. “Isso vai acabar não dando em nada”, tem dito o militar em conversas com pessoas próximas, de acordo com a coluna da jornalista Monica Gugliano, do jornal O Estado de S. Paulo.
Ainda conforme a reportagem, desde que deixou o GSI, Heleno tem mantido um perfil baixo, limitando suas saídas ao necessário, como visitas a advogados e ao supermercado. Ele acredita que, quanto mais silencioso permanecer, maiores serão suas chances de escapar ileso da sindicância que envolve suas articulações com a ala mais radical do Exército, que resistia à vitória eleitoral do presidente Lula (PT). O general, que antes se destacava por sua disposição em compartilhar informações, agora tornou-se reservado, evitando jornalistas e até mudando seu número de telefone.
Heleno tem aliados nas Forças Armadas que trabalham para evitar que ele enfrente o constrangimento de ser acusado pela tentativa de golpe. O lobby em sua defesa se estende por tribunais e pelo Congresso, em um esforço que revela a complexidade das relações dentro da caserna e a urgência em proteger sua imagem.
Diferentemente de outros generais, Heleno sempre foi visto como um ídolo militar, reconhecido por sua postura firme e raramente em confronto com autoridades, mesmo as mais altas, como a Presidência da República. No entanto, sua trajetória não é isenta de controvérsias. Desde o início do governo Bolsonaro, ele esteve envolvido nas discussões e articulações que buscavam deslegitimar a eleição de Lula.
Fonte: Brasil 247