
A candidatura de Pablo Marçal (PRTB), na capital paulista, pode ser implodida devido a uma ação movida pela administradora de empresas Aldineia Fidelix, viúva de Levy Fidelix, que estava parada há 20 dias com Cármen Lucia, presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Herdeira do partido fundado pelo "homem do aerotrem", que concorreu duas vezes à Presidência da República, Aldineia diz que a candidatura do ex-coach Pablo Marçal foi possibilitada por um golpe interno no PRTB, liderado pelo atual presidente da legenda, Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Avalanche. Este dirigente já teria revelado sua conexão com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A crise no partido teve início em fevereiro deste ano. Aldineia, viúva de um antigo líder do PRTB, afirma que Avalanche violou um acordo ao impedir que ela assumisse a liderança do diretório paulista. Em sua acusação, ela afirma que Avalanche tomou medidas para garantir 20 cargos no diretório nacional e seis na Executiva Nacional do PRTB, além de posicionar aliados em cinco estados, incluindo São Paulo.
Aldineia solicita a anulação das ações de Avalanche no comando do PRTB, o que inclui a oficialização da candidatura de Marçal à prefeitura de São Paulo, formalizada em 5 de agosto, no último dia permitido pela Justiça Eleitoral.
Marçal se filiou ao partido no último dia da janela partidária, 5 de abril. Desde então, a influência de Avalanche no partido se tornou evidente, culminando no anúncio da candidatura de Marçal em 24 de maio.
Avalanche e ligação com o PCC
Uma investigação da Polícia Civil de São Paulo revelou que dois assessores próximos a Avalanche, Tarcísio Escobar de Almeida e Júlio César Pereira, conhecidos como Gordão, teriam trocado carros de luxo por cocaína com o PCC. Segundo as investigações, os assessores eram envolvidos em atividades de financiamento do tráfico de drogas para a quadrilha, utilizando veículos de alto valor em transações com o tráfico.
As evidências sugerem que, embora os assessores não manuseassem diretamente as drogas, estavam cientes de que os bens e valores envolvidos eram destinados à aquisição de grandes quantidades de cocaína, com os lucros sendo divididos entre os envolvidos. A situação dentro do PRTB, combinada com as alegações de ligações com o PCC e atividades criminosas associadas aos líderes do partido, coloca uma sombra sobre a candidatura de Marçal e a gestão de Avalanche.
Fonte: Revista Fórum