Polícia

Polícia Federal investiga superfaturamento de testes de Covid-19 por prefeitos do Piauí

As equipes cumprem 17 mandados em Teresina, Picos, Uruçuí e Bom Jesus

Alinny Maria

Quinta - 02/07/2020 às 08:13



Foto: Print do vídeo PF realiza prisão no laboratório e distribuidora de medicamentos Produlab
PF realiza prisão no laboratório e distribuidora de medicamentos Produlab

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (02), em Teresina, a operação "Reagente", para apurar denúncias de que alguns prefeitos estariam envolvildos no superfaturamento dos preços para a compra de testes para detectar a presença do novo coronavírus no organismo humano.

Equipes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão em uma distribuidora de medicamentos nacionais e importados, a ProduLab, localizado na Rua São Pedro, no Centro de Teresina, onde viaturas da PF permanecer boa parte da manhã. 

Ao todo, a operação cumpre 17 mandados em Teresina, Picos, Uruçuí e Bom Jesus.  Em Picos, os agentes realizaram buscas na sede da prefeitura e da Secretaria de Saúde da cidade. 

A investigação apontou que agentes públicos e empresários usaram documentos falsos para fazer uma licitação que foi instaurada pela Prefeitura Municipal de Picos para a compra de testes de Covid-19.

Já em Bom Jesus e Uruçuí foram instauradas dispensas de licitação fraudulentas e comprados os testes IGG/IGM com superfaturamento, seguindo o mesmo modo de atuação ocorrido nas fraudes de Picos. A suspeita é que o mesmo esquema ocorreu em outros 28 municípios do Piauí.

 Segundo a PF, os testes que são vendidos por valores entre R$ 120 e R$ 150 eram comprados pelas prefeituras por R$ 170 a R$ 210, o que significa 40% a mais no valor.

"Segundo as investigações, agentes públicos e empresários utilizaram documentos falsos na dispensa de licitação n. 21/2020, instaurada pela Prefeitura Municipal de Picos para a compra de testes de Covid-19.  Como resultado das fraudes, os contratos foram direcionados a empresa integrante do grupo criminoso, responsável pela venda de exames com preços superfaturados. Pelos mesmos testes IGG/IGM vendidos a  clínicas particulares aos preços de 120/150 reais, os órgãos públicos pagaram valores de 170/210 reais, o que representa superfaturamento de aproximadamente 40%, com prejuízo direto a recursos oriundos de emendas federais", disse a nota da PF.

A operação foi realizada em parceria com o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DENASUS). Para o cumprimento das ordens judiciais, foram mobilizados 70 policiais federais, sete auditores e técnicos do TCE/PI e do DENASUS.

O inquérito policial investiga os crimes de associação criminosa (art. 288 do CP), desvio de recursos públicos (art. 312 do CP) e dispensa indevida de licitação (art. 89 da lei 8.666/93), cujas penas somadas alcançam a 20 anos de reclusão.  O nome da Operação "REAGENTE" faz referência ao superfaturamento na aquisição de testes rápidos IGG e IGM, para detecção de COVID-19.

Um popular passava próximo ao ProduLab no momento em que a PF conduzia presos para a viatura. Confira o registro:


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