
A Polícia Federal deflagrou no início da manhã desta terça-feira (09) a Operação Bússola, cujo objetivo é desarticular uma quadrilha especializada na concessão fraudulenta de benefícios de aposentadoria por idade rural, mediante a falsificação e o uso de documentos públicos. Onze advogados do Piauí e seis do Maranhão são suspeitos de envolvimento no esquema criminosos que causou prejuízo de R$ 55,8 milhões ao INSS no Piauí.
Entre os investigados que tiveram a prisão decretada estão oito servidores do INSS, 17 advogados e 14 intermediários dos Estados do Piauí e Maranhão. Dois advogados não foram localizados pela polícia e 15 foram presos. Os nomes dos presos não foram divulgados até o momento.
Segundo a Polícia Federal, as investigações iniciaram ainda em 2020 e os mandados judiciais estão sendo cumpridos no Piauí, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Sergipe, Paraíba e Tocantins. Estão sendo cumpridos 96 Mandados Judiciais, sendo 16 Mandados de Prisão Preventiva, 23 Mandados de Prisão Temporária e 57 Mandados de Busca e Apreensão.
Os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nos municípios de Teresina/PI, Luzilândia/PI, Demerval Lobão/PI, Santo Antônio dos Milagres/PI, Timon/MA, Caxias/MA, Presidente Dutra/MA, Parnarama/MA, Codó/MA, Anapurus/MA e São João do Sóter/MA, todos expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Federal de Teresina/PI.
Como o grupo agia
Segundo o delegado Jucimar Sobral, da Polícia Federal, o grupo criminoso falsificava os documentos para obter a aposentadoria rural por idade para pessoas que não são trabalhadores rurais. Os investigados também agiam na falsificação de documentos para criar pessoas fictícias a fim de conseguir os benefícios.
O advogado era responsável por pegar a documentação falsa dos clientes e inseria no sistema digital do INSS. O servidor do INSS que tinha uma senha entrava no sistema e direcionava o beneficio para outro servidor que liberava a concessão do benefício.
A Polícia Federal identificou fraude de mais de R$ 55 milhões que já foram sacados e a estimativa é que a quadrilha cause prejuízo de mais de R$ 600 milhões caso não fosse desarticulada.
Bloqueio de contas
A Justiça Federal também determinou o bloqueio das contas dos presos e a suspensão do exercício da função pública para os servidores do INSS. Durante todo o dia os presos serão interrogados por Delegados de Polícia Federal na Superintendência da Polícia Federal em Teresina e, posteriormente, serão encaminhados para um dos presídios da capital, onde ficarão custodiados à disposição da Justiça.
A operação policial decorre de investigação desenvolvida no âmbito da Força Tarefa Previdenciária e Trabalhista no Estado do Piauí, integrada pela Polícia Federal (PF/MJ) e pela Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista da Secretaria Executiva do Ministério do Trabalho e Previdência (CGINT/MTP).