
Investigados no Piauí estão entre os envolvidos na Operação Abraccio, que revelou um esquema nacional de estupros, tortura e mutilações contra mulheres. Os crimes, cometidos com requintes de crueldade, eram registrados em vídeo e compartilhados por uma rede criminosa em plataformas virtuais. A operação foi deflagrada nesta segunda-feira (30) e cumpre mandados em nove estados.
A investigação começou na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Duque de Caxias (RJ), após uma mãe denunciar a divulgação de imagens íntimas da filha. As apurações revelaram um grupo articulado por meio da plataforma Discord, onde os membros promoviam violência extrema contra mulheres e transformavam as agressões em espetáculo digital.
Segundo a polícia, as vítimas eram submetidas a mutilações forçadas com uso de navalhas, sendo obrigadas a escrever o nome dos agressores no próprio corpo. As cenas eram gravadas ou transmitidas ao vivo, e posteriormente distribuídas entre os membros do grupo.
Até o início desta manhã (30), quatro suspeitos haviam sido presos. Uma das prisões ocorreu no mês passado e permitiu o avanço das investigações com a análise de mais de 80 mil arquivos — entre imagens, áudios e vídeos — que ajudaram a identificar outros envolvidos na rede criminosa.
O grupo é investigado por crimes como estupro, tortura, divulgação de pornografia não consensual, lesão corporal, misoginia e racismo.
As diligências seguem em andamento no Piauí, Distrito Federal, São Paulo, Amazonas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio de Janeiro. A operação segue desvendando a extensão da rede e identificando mais vítimas e envolvidos.