Polícia

OPERAÇÃO LAVERNA

Influencers são suspeitos de lucrar R$ 5 milhões com “Jogo do Tigrinho” e rifas ilegais

Influenciadores são investigados por induzir seguidores ao erro com jogos ilegais

Da Redação

Sexta - 21/11/2025 às 08:32



Foto: SSP-PI Influenciadores que residem em Parnaíba são investigados por enganar seguidores com promessas de lucro fácil nas redes
Influenciadores que residem em Parnaíba são investigados por enganar seguidores com promessas de lucro fácil nas redes

Influenciadores digitais suspeitos de divulgar plataformas ilegais de apostas e rifas irregulares nas redes sociais foram alvos da segunda fase da Operação Laverna, deflagrada na manhã desta sexta-feira (21),  pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), em Parnaíba, Litoral do Piauí.

A ação, conduzida pela Polícia Civil e Polícia Militar, deu cumprimento a medidas cautelares no âmbito de uma investigação que apura o envolvimento dos influenciadores em crimes digitais ligados à promoção de plataformas de apostas ilegais e rifas irregulares nas redes sociais.

Os alvos foram identificados como S.C.dos.S. (Sarah Brenna), L.M.B., L.C.M.J. e J.V.A.P. (Júnior Mídia). Segundo as investigações, os três primeiros utilizavam intensivamente suas redes sociais para promover plataformas de apostas virtuais, como o popular “Jogo do Tigrinho”, por meio de vídeos manipulados, exposição de supostos ganhos, sorteios, conteúdos motivacionais e links personalizados que induziam seguidores ao erro e à ilusão de lucro fácil.

Já  Júnior Mídia concentrava sua atuação na divulgação de rifas ilegais apresentadas como beneficentes, mas que, de acordo com a polícia, não tinham comprovação de repasse das arrecadações. Ele teria obtido lucro direto com a prática, utilizando microtransações enviadas por milhares de seguidores.

Movimentação financeira milionária

A análise financeira feita pela investigação revelou valores incompatíveis com qualquer renda formal declarada pelos suspeitos. Os montantes identificados foram:

  • L.M.B. – R$ 213.606,60

  • S.C.dos.S. (Sarah Brenna) – R$ 1.311.784,32

  • A.S.H.A.S. (marido de Sarah) – R$ 1.664.582,01

  • L.C.M.J. – R$ 637.783,14

  • J.V.A.P. (Júnior Mídia) – R$ 1.173.117,64, valor composto majoritariamente por microcréditos entre R$ 0,02 e R$ 20, enviados por mais de 3 mil pessoas, característica típica de rifas clandestinas.

Somados, os valores ultrapassam R$ 5 milhões.

Para os investigadores, a ausência de declaração de renda correspondente, aliada ao uso de empresas intermediadoras de pagamentos ligadas a plataformas de jogos ilegais, aponta para potenciais crimes como estelionato, indução do consumidor a erro, exploração de loteria não autorizada, lavagem de dinheiro, evasão fiscal e ocultação de patrimônio.

O delegado Ayslan Magalhães destacou que o uso das redes sociais para golpes e práticas ilícitas tem sido uma das prioridades de combate da instituição.

“A Polícia Civil continuará atuando de forma firme e incansável no enfrentamento aos crimes digitais. Não vamos tolerar o uso das redes sociais para promover apostas ilícitas, rifas ilegais ou qualquer prática destinada a enganar consumidores e obter vantagens indevidas”, pontuou o delegado Ayslan Magalhães.

Referência à deusa Laverna

O nome da operação faz alusão à deusa romana Laverna, associada a atos ocultos e fraudes, refletindo o caráter dissimulado das atividades investigadas pelos agentes de segurança.

Apreensões e equipes envolvidas

Durante o cumprimento das medidas judiciais, foram apreendidos carros, motos e relógios de luxo nas residências dos investigados.

A operação foi executada pela 2ª Delegacia Seccional de Parnaíba, com apoio da Delegacia de Combate às Facções, Homicídios e Tráfico (DFHT), Superintendência de Operações Integradas (SOI), Diretoria de Inteligência (DINT), Laboratório de Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) e Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO).

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