Polícia

QUEIMA DE ARQUIVO

Diretor de fundação é investigado por suposto envolvimento na morte de enfermeira

Jandra Mayandra estava voltando do trabalho quando foi assassinada a tiros. Ela pode ter sido vítima de queima de arquivo

Da Redação

Segunda - 29/07/2024 às 13:52



Foto: Reprodução/Instagram Jandra Mayandra era gerente administrativa do HDOC em Fortaleza
Jandra Mayandra era gerente administrativa do HDOC em Fortaleza

A Polícia Civil do Ceará investiga um diretor da Fundação Leandro Bezerra de Menezes, identificado como Valério Roberto Faheina Júnior, por suposto envolvimento na morte da enfermeira piauiense Jandra Mayandra, de 36 anos. Ela foi assassinada a tiros em 15 de maio deste ano, em Fortaleza, no Ceará.

De acordo com informações publicadas no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) de quinta-feira (25), o assassinato da enfermeira tem características de ter sido executado por "assassino profissional" e ela seria alvo por possuir informações privilegiadas sobre a fundação onde trabalhava, que recebe recursos milionários e foi denunciada por fraudes. A fundação está na mira Ministério Público do Ceará por corrupção e várias irregularidades na prestação de contas. 

Valério foi responsável por contratar Jandra para trabalhar como gerente administrativa no Hospital Dr. Oswaldo Cruz, onde ele também é diretor. A vítima teria informações privilegiadas e sua morte pode ter sido uma "queima de arquivo". Ele é suspeito de ser o mandate do crime.

Durante depoimento à polícia, Valério em apresentou "inconsistência" e com isso ele teve o celular apreendido. A Justiça autorizou acesso ao conteúdo do aparelho eletrônico para investigação criminal.

Consta do relatório de investigação que os executores da vítima a seguiam desde seu local de trabalho, o Hospital Dr Osvaldo Cruz. Ainda apontaram como motivação do crime o cargo que a vítima Jandra ocupava no hospital, que sua morte, possivelmente, foi a solução encontrada para silenciá-la a respeito de informações privilegiadas envolvendo a Fundação [...] e o processo em que esta estava sendo investigada na cidade de Juazeiro do Norte, acontecimentos diretamente relacionado ao investigado", diz um trecho do documento.

O CRIME

A suspeita inicial é que Jandra Mayandra Silva Soares teria sido assassinada durante uma briga de trânsito em Fortaleza (CE), em maio deste ano. No entanto, as investigações apontaram provocaram uma reviravolta do caso. 

Para a polícia, o crime foi planejado. A motivação por briga de trânsito foi deixada de lado quando a polícia recebeu a informação de que a enfermeira vinha sofrendo ameaças nas redes sociais por parte de uma suposta funcionária demitida em uma empresa terceirizada que prestava serviços para o hospital onde Jandra trabalhava.

Segundo o relatório da investigação, os executores começaram a seguir a enfermeira desde o local de trabalho dela.

Existe ainda a suspeita de que as munições tenham sido levados por policiais militares, de acordo com o que foi relatado por outro agente que esteve na cena do crime.

“Os assassinos seguem a vítima desde sua saída do Hospital HDOC, e após execução, voltaram pela Avenida Presidente Castelo Branco e entraram na Avenida Jacinto Matos, em direção ao Centro. Os disparos foram efetuados, exclusivamente, em direção à JANDRA MAYANDRA, e os tiros foram agrupados. Não foram encontrados estojos de munições nas proximidades do local do crime, muito embora as informações colhidas através de populares davam conta que o atirador utilizou uma pistola, arma que extrai os estojos, e com os quais poderiam identificar a origem da munição, rastreando o lote de fabricação e sua distribuição", aponta o relatório.

Em junho, quatro policiais militares foram presos por suspeita de envolvimento na morte da enfermeira, pois os eles haviam consultado no sistema da polícia informações sobre a vítima. Os agentes foram soltos no dia seguinte. O Diário Oficial também traz a restituição dos bens apreendidos pertencentes aos PMs. A Polícia Civil segue investigando o caso. 

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