A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, por unanimidade, neste domingo (17), a autorização para o uso emergencial das vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca. Os cinco diretores deram parecer favorável à liberação dos imunizantes, acompanhando a relatora Meiruze Sousa Freitas, primeira a votar.
Em seus votos, os diretores da agência defenderam critérios técnicos e científicos para as decisões referentes à Covid-19, que todos sejam vacinados e também o distanciamento social.
Indiretamente, trata-se de uma crítica ao discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que desde o início da pandemia se posicionou contra políticas de isolamento e vem defendendo que a vacina não deve ser obrigatória, além de propagandear medicamentos sem comprovação científica, como a hidroxicloroquina.
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A reunião da agência é a primeira a analisar o uso emergencial de vacinas contra a doença e é transmitida ao vivo.
São dois pedidos analisados. O primeiro foi feito pelo Instituto Butantan, que mantém uma parceria com a empresa chinesa Sinovac. O laboratório busca autorização para uso de 6 milhões de doses da vacina Coronavac que foram importadas da China ainda no ano passado.
Já o segundo foi feito pela Fiocruz, que mantém uma parceria com a farmacêutica AstraZeneca e Universidade de Oxford. A fundação pede autorização para uso de 2 milhões de doses que devem ser importadas da Índia. ?
Primeira a votar, a relatora Meiruze se manifestou a favor da concessão das autorizações para as duas vacinas. No entanto, condicionou a autorização para o Instituto Butantan à assinatura de um termo de compromisso, para sanar alguns pontos dos estudos, especialmente em relação à capacidade de provocar imunidade .
A exigência pode frustrar os planos do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de iniciar a vacinação tão logo saísse a aprovação.
Segundo a votar, o diretor da Anvisa Romison Mota também se posicionou a favor da liberação do uso emergencial das vacinas do Butantan e Fiocruz.
No voto, ele citou o grave cenário de pandemia e "indicativo de colapso" na rede de saúde como fatores que levam à aprovação. Disse também que os benefícios dos imunizantes superam os riscos.
Também favorável à liberação, o diretor Alex Campos citou a crise em Manaus e disse que a situação indica uma "falha no Estado". "Essa é uma nação civilizada ou que vive distopia da barbárie?", disse ele.
"As imagens de Manaus nos fazem prestar homenagem sincera a esses brasileiros do Amazonas que foram vítimas da Covid e da incúria do Estado."
Fonte: Folha de São Paulo