A iniciativa implementada pela Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), com a colaboração da Prefeitura de São Raimundo Nonato por intermédio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que tem a frente o biólogo e professor André Landim, promoveu o Projeto de Reutilização de Águas Cinzas Domiciliares no Quilombo Lagoas, no Piauí.
O projeto que teve investimento de R$ 476 mil, visa o tratamento e reúso de águas cinzas — aquelas provenientes de atividades domésticas, como banho, lavagem de roupas e utensílios, tendo como foco a sustentabilidade hídrica e a segurança alimentar nas comunidades quilombolas do semiárido da região.
O Superintendente da Sudene, Danilo Cabral, destaca a importância do projeto para a redução das desigualdades sociais: "Nosso papel, enquanto instituição, é procurar reduzir as desigualdades sociais que temos no nosso país. Esta iniciativa visa não apenas melhorar a qualidade de vida das comunidades locais, mas também contribuir para um uso mais eficiente e sustentável dos recursos hídricos na região”.
O projeto beneficia diretamente 26 famílias no Quilombo Lagoas, utilizando a água reciclada na irrigação de hortas, plantas frutíferas, medicinais e na criação de pequenos animais. “Cada família recebe sistemas de filtragem biológica para tratar as águas cinzas. Após o tratamento, a água é direcionada para um tanque de reuso e, por meio de energia solar, é bombeada para a irrigação dos quintais produtivos das famílias”, explicou André Landim.
Lucimara Ribeiro, produtora rural e beneficiária do projeto, compartilha os benefícios práticos que ele trouxe para a sua produção: "Era uma água que era desperdiçada e hoje vai ser reaproveitada. No período de estiagem, as plantas vão estar sempre molhadas e, com certeza, elas vão crescer mais rápido. A gente pode vender frutas, pode vender o cheiro verde, que eu sempre planto, né? Acho que é uma fonte de renda que vai nos proporcionar." A experiência de Lucimara reflete a visão de que a reutilização de águas cinzas não apenas contribui para a segurança hídrica, mas também fortalece a agricultura familiar local.
Sobre o projeto
Além de contribuir para a segurança hídrica, o projeto também impulsiona a agricultura familiar, ajudando na produção de alimentos e gerando renda adicional. A iniciativa se apresenta como uma solução para mitigar os efeitos da seca, característica da região semiárida, e promove o uso de tecnologias sustentáveis que podem ser replicadas em outras comunidades, servindo como modelo para outras áreas do semiárido brasileiro. A qualidade da água e a manutenção dos sistemas serão monitoradas ao longo do tempo, visando garantir a eficácia do projeto e sua viabilidade para expansão em outras comunidades.
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