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Protestos marcam controversa reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela

As manifestações começaram após o CNE anunciar a vitória de Maduro

Da Redação

Terça - 30/07/2024 às 09:04



Foto: Divulgação Manifestante segura cartaz com os dizeres: “não mais ditadura”, “SOS Venezuela” e “liberdade”
Manifestante segura cartaz com os dizeres: “não mais ditadura”, “SOS Venezuela” e “liberdade”

Os venezuelanos saíram às ruas em protesto contra a controversa reeleição do presidente Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela, nessa segunda-feira (29). Relatos e imagens de panelaços, incêndios em ruas e estações policiais, além de manifestantes feridos e mortos, têm circulado amplamente em aplicativos de mensagens e redes sociais. As manifestações começaram após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciar a vitória de Maduro com 51% dos votos. O principal adversário de Maduro, Edmundo González Urrutia, da Plataforma Unitária Democrática, teria recebido 44% dos votos, conforme divulgado pela autoridade eleitoral venezuelana.

O Observatório de Conflitos da Venezuela registrou 187 protestos em 20 estados do país até às 18h locais (19h no horário de Brasília) de segunda-feira. O órgão também relatou uma forte repressão por parte de grupos paramilitares e forças de segurança. Em uma declaração nas redes sociais, o Observatório pediu que as autoridades venezuelanas assegurassem o direito à manifestação pacífica e convocou a população a exercer seus direitos de forma não violenta. Os números de mortos e feridos são incertos e não houve divulgação oficial até o momento. Vídeos compartilhados online mostram cenas de violência.

A oposição

A oposição, liderada por María Corina Machado, que foi impedida de concorrer, contesta os resultados oficiais. Segundo a oposição, os 73% dos votos apurados que tiveram acesso indicam que González Urrutia recebeu mais do que o dobro dos votos de Maduro. Pesquisadores independentes também questionaram a contagem e pediram uma verificação detalhada. Vários países da região, como Chile, Argentina e Peru, não reconheceram a vitória de Maduro. A Organização dos Estados Americanos (OEA) convocou uma reunião para quarta-feira (31 de julho) em Washington para discutir o resultado eleitoral na Venezuela.

O que diz Maduro?

Em uma transmissão ao vivo do palácio presidencial, na segunda-feira, Maduro afirmou que as forças de segurança estavam agindo contra “manifestantes violentos”. Ele recebeu o apoio das cúpulas das Forças Armadas e afirmou: “Estamos monitorando todos os atos de violência promovidos pela extrema-direita. Já conhecemos esse roteiro e, com a união civil, militar e policial, estamos em ação. Sabemos como eles operam.” O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, advertiu no X sobre a possibilidade de uma repetição das “situações terríveis de 2014, 2017 e 2019”, quando manifestantes contrários ao governo foram mortos. Até a noite de segunda-feira, Padrino informou que 23 militares ficaram feridos durante os atos.

Fonte: Poder360

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