O governo da Venezuela repudiou de forma "categórica" a posição do G7 sobre o processo eleitoral do país, considerando-a uma "atitude intervencionista e arrogante". A reação foi expressa pelo chanceler venezuelano, Yván Gil, em um comunicado divulgado em seu canal no Telegram, nesta terça-feira (27).
O G7, composto por Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido, havia declarado, após reunião em Fiuggi-Anagni, na Itália, que o povo venezuelano havia dado um apoio claro a Edmundo González Urrutia nas urnas, em 28 de julho. No entanto, Caracas refutou essa declaração, apontando que ela contradizia os resultados oficiais, que indicaram a reeleição de Nicolás Maduro com 51,95% dos votos.
Além disso, o G7 afirmou que continuará apoiando os esforços para uma "transição democrática e pacífica" na Venezuela, em apoio à suposta vontade popular. O governo venezuelano classificou essa posição como uma tentativa de deslegitimar o resultado oficial e de preparar o terreno para um governo paralelo.
Em tom firme, o comunicado da Venezuela acusou o G7 de se comportar como "árbitro da democracia global", enquanto, segundo Caracas, esses países encobrem seus próprios problemas internos. A nota criticou também o apoio de algumas nações a ações como genocídios e o estímulo a ideologias nazistas e fascistas.
O governo venezuelano lembrou ainda o reconhecimento de Juan Guaidó como "presidente interino" em 2019, uma das ações mais "estrondosamente ridículas" na opinião do país, e alertou que o G7 tentaria repetir a estratégia agora com Edmundo González Urrutia.
“Advertimos aos países do G7 que essa atitude intervencionista e arrogante não ficará sem resposta. A Venezuela procederá à revisão integral de suas relações com cada um dos governos que compõem este grupo, porque o respeito à soberania nacional não é negociável”, conclui o comunicado.
Fonte: Brasil 247