O grupo registrou boletim de ocorrência. Segundo eles, chegaram a ser 39 na casa, porém, 14 deles foram trabalhar em outra obra da empreiteira Vertical — responsável pela contratação — em Joinville. Eles foram recrutados em Piripiri, no Piauí.
— Falaram que iriam pagar nossa passagem e receberíamos R$ 6 por hora — diz Ricardo José da Silva.
Segundo Ricardo, parte do grupo se recusou a ir a Joinville, já que o alojamento era dentro um contêiner. Em São José, os 25 homens dividem uma casa não mobiliada de cinco cômodos, com um banheiro. Não há fogões e o café é feito numa fogueira.
Condição ilegal
Na sede do Sinduscon, foi feita uma reunião na tentativa de um acordo entre os trabalhadores e a empresa. A Vertical ofereceu R$ 400 a cada homem para cobrir os prejuízos, parcelados em duas vezes. Segundo o presidente do Sinduscon, Hélio Bairros, as condições do alojamento estão fora do previsto pela legislação e contratações desse tipo, sem garantias, são condenáveis.
De acordo com Hélio, a empreiteira Vertical não é filiada ao Sinduscon.
"Moradia é padrão", diz gerente
Gerente comercial da Vertical, Luiz Padilha foi o responsável pela contratação. Ele alega que as condições de moradia estão no padrão do que é oferecido no setor e que o grupo só não está trabalhando porque não quer.
— Eles poderiam ter começado a trabalhar em Joinville, mas não quiseram — diz.
Ele argumenta que não prometeu pagar as passagens na vinda. Quanto aos documentos retidos, Luiz alega que os trabalhadores podem reavê-los a qualquer hora, basta aceitarem o acordo que foi proposto. A Polícia Civil abrirá inquérito para investigar o caso. A empreiteira também será intimada.
Fonte: vejapiripiri