Com o fechamento dos postos da rede HD e Diamantes, interditados durante a Operação Carbono Oculto, 280 trabalhadores ficaram desempregados e o Sindicato dos Empregados em Postos de Combustíveis Derivados de Petróleo (Sinpospetro) está mobilizando os frentistas das empresas para acionar o Ministério Público do Trabalho do Piauí.
Segundo o presidente do Sinpospetro, Sebastião Oliveira, com a interdição dos postos, no dia 5 de novembro, os trabalhadores receberam apenas o salário sem nenhum dos direitos trabalhistas. "Eles não receberam os adicionais, 13º salário, rescisão trabalhista. Nada disso".
Ainda conforme Oliveira, as empresas alegam que não tem dinheiro para pagar. "Meu lado é do trabalhador e a gente sabe que a corda só arrebenta para o lado mais fraco. Eu penso que houve um equívoco da Justiça, porque a gente entende que se não vende combustível, não tem dinheiro. Só que o frentista não tem nada a ver. Quem fez as coisas erradas é que paguem por elas. Então a Justiça vai ter que resolver para garantir que essas 2poque apesar de não defender80 pessoas não sejam prejudicadas".
Com o abaixo-assinado, o Sinpospetro pretende dar entrada na ação nesta quarta-feira (10). "Vamos correr contra o tempo, já que daqui a pouco inicia o recesso do judiciário e esses trabalhadores precisam receber o que é de direito".
Operação Carbono Oculto 86, deflagrada em 5 de novembro, teve como alvos 49 postos de combustíveis, além de empresas de fachada e fundos de investimento em cidades do Piauí, Maranhão e Tocantins. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, o grupo usava essas estruturas para lavar dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC) e ocultar patrimônio. Dos 49 postos, 42 ficam no Piauí, sendo 16 em Teresina. Outros 22 postos foram interditados em 11 de novembro por decisão judicial baseada em processos resultantes da operação.
A rede de postos de combustíveis é dos empresários Danillo Coelho de Sousa e Haran Santhiago Girão Sampaio.