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PERIFERIA

Presidente da Cufa-PI diz que esporte e cultura são chaves contra a violência e a exclusão

Iniciativas como a Taça das Favelas e projetos culturais podem mudar a vida de jovens expostos à vulnerabilidade

Da Redação

Segunda - 23/12/2024 às 11:52



Foto: Divulgação/CUFA-PI Ao todo, 32 seleções disputaram a Taça das Favelas Piauí 2024
Ao todo, 32 seleções disputaram a Taça das Favelas Piauí 2024

O esporte e a cultura desempenham papéis fundamentais na transformação social de comunidades periféricas. Valciãn Calixto, presidente da Central Única das Favelas (CUFA) no Piauí, destacou, durante o podcast Piauí Hoje, como iniciativas como a Taça das Favelas e projetos culturais podem mudar vidas, especialmente de jovens expostos à vulnerabilidade.

A Taça das Favelas funciona como uma porta para novas perspectivas. Jovens de 14 a 17 anos que participam da competição precisam estar matriculados e frequentando a escola. "A Taça é um convite para que os jovens visualizem futuros possíveis, fora do ciclo de violência e exclusão", afirmou Valciãn. Os resultados já são visíveis. Além do impacto social, a competição seleciona os melhores jogadores para representar o estado em disputas nacionais, levando o nome do Piauí para o resto do país.

Apesar do sucesso, a CUFA enfrenta desafios estruturais significativos. A falta de espaços adequados para as competições, como quadras e campos, é um dos principais obstáculos. "Enquanto em outras cidades, como Fortaleza, há investimentos em areninhas e espaços esportivos, no Piauí ainda precisamos lutar por recursos básicos", lamentou Valciãn.

A CUFA nasceu do movimento hip-hop e mantém a cultura como uma de suas principais bandeiras. Contudo, Valciãn destacou que as manifestações culturais das periferias, como o funk e o rap, ainda enfrentam preconceito e repressão. "Muitas vezes, políticas públicas que buscam reprimir a violência acabam atingindo negativamente a arte e a cultura produzidas nas favelas", explicou.

Projetos que poderiam ampliar o acesso à cultura, como cursos de música e oficinas artísticas, esbarram na falta de infraestrutura. No Piauí, a CUFA ainda não possui uma sede própria, o que dificulta a realização de muitas atividades. "Recebemos doações, mas não temos onde armazená-las. Precisamos de um espaço para expandir nossas ações e atender melhor às comunidades", disse.

Apesar dos desafios, a CUFA segue atuando como uma ponte entre as comunidades e os governos. Parcerias com o poder público e privado são essenciais para viabilizar projetos que tragam mudanças reais. Valciãn fez um apelo: "Precisamos que o setor público e privado reconheça nosso potencial e se somem aos nossos esforços."

Confira a entrevista na íntegra:

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