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Piauí tem duas grandes crateras provocadas por quedas de meteoros. Con

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Domingo - 17/02/2013 às 11:02



Foto: divulgação Amazônia
Amazônia
O interrnauta piauiense que viu as matérias sobre a passagem de um meteoro bem próximo da Terra na semana passada e a queda de outro meteoro na Rússia nem imagina que o Piauí é um dos poucos lugares do Brasil onde existem crateras formadas pela queda destas pedras gigantescas vindas do ceu.

Os estudiosos detectaram pelo menos dois lugares onde a queda de meteoros formaram crateras no Estado. Um deles é na região de São Miguel do Tapuio, logo após o município de Campo Maior. As informações sobre esta cratera ainda são poucas, mas os estudos continuam.

Já a outra cratera já foi estudada bastante. É a cratera de Santa Marta localizada no município de Gilbués, a 770 quilômetros ao Sul da Capitao, Teresina. A existencia do buraco foi comprovada por técnicos da Univesidade de Campinas (Unicamp) que descobriram a cratera por acaso quando estudavam o fenômeno da desertificação em Gilbués.

Jornais como a Folha de São Paulo já publicaram matérias sobre a Santa Marta. Abaixo vai a transcrição de uma reportagem publicada no portal.rac.com.br em novembro de 2011. A reportagem mostra que a cratera piauiense pode ter surgido na mesma época de uma outra no México e que é considerada como uma das responsáveis pela extinção dos dinossauros. 


Cratera no Piauí marca o fim de uma era, diz estudo





Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) encontrou evidências de que a cratera circular Santa Marta, formada pelo impacto de um meteorito e localizada no Estado do Piauí, pode ter sido gerada na mesma época em que ocorreu a extinção dos dinossauros. Segundo o cálculo de uma equipe de cientistas do Instituto de Geociências da Unicamp, a cratera teria se formado com o impacto de um meteorito no final do período Cretáceo, há 65 milhões de anos.

A equipe da Unicamp analisou a estrutura da cratera, localizada no município de Gilbués, para estudar sua origem e o processo de degradação de terras da região. As rochas mais novas atingidas pelo meteorito correspondem a sedimentos depositados na região no final do período Cretáceo. Isso significa que há uma possibilidade de que o meteorito que formou Santa Marta tenha ocorrido no mesmo período do impacto que criou a cratera de 180 km de diâmetro de Chicxulub, no México — um evento ao qual se atribui uma das principais extinções em massa na Terra, incluindo a dos dinossauros.

O professor Carlos Roberto de Souza Filho, coordenador do estudo, explica que, se comprovada a idade, a cratera de Piauí seria a única no hemisfério Sul formada pela colisão de um meteorito do mesmo período daquele que gerou a Chicxulub. “Isso é muito interessante na medida em que uma das teorias sob debate é de que o impacto no México pode ter sido acompanhado por vários outros impactos mais ou menos simultâneos em várias regiões da Terra. Muitas análises sofisticadas sobre as amostras coletadas nos trabalhos de campo serão necessárias para que tenhamos alguma confirmação dessas hipóteses”, afirma o pesquisador.

As rochas mais novas atingidas pelo meteorito correspondem a sedimentos depositados no final do Cretáceo na Bacia Sanfranciscana.

Pesquisa
Durante seis meses, Souza Filho e sua equipe realizaram trabalhos de campo para observar a estrutura circular de Santa Marta com o objetivo de demonstrar sua origem e estudar os processos de degradação de terras. Os pesquisadores concluíram que Santa Marta reúne elementos que comprovam sua origem por impacto de meteorito.

“Além do arranjo circular, existem feições geológicas que indicam se uma estrutura é formada por impacto ou não. Em Santa Marta, encontramos praticamente todas as feições macroscópicas (cones de estilhaçamento e brechas) e microscópicas (feições de deformação planar em quartzo) que são diagnósticas da passagem de ondas de choque e deformação de materiais relacionadas ao impacto de um meteorito na superfície.”

Segundo os cientistas, a desertificação da região pode ter sido causada pela colisão. As rochas no local estão fragilizadas por causa do impacto e isso pode ter potencializado a erosão, contribuindo para a degradação de terras.

Estruturas são formadas por colisões com corpos celestes

Crateras de impacto são estruturas formadas quando um planeta ou satélite é atingido por meteoritos, asteróides ou cometas. O pesquisador Álvaro Penteado Crósta, do Instituto de Geociências da Unicamp, em estudo sobre Crateras Meteoríticas no Brasil, conta que estudos planetários provam que não só a Lua, como também todos os corpos sólidos do nosso Sistema Solar, sofreram intenso bombardeio por corpos desses tipos durante sua história. “O testemunho disso são as cicatrizes deixadas na superfície desses planetas e satélites, caracterizadas por crateras de diversas dimensões, como é o caso da Lua, Marte, Mercúrio e outros”, diz, no estudo. A Terra foi bombardeada por esses corpos principalmente nas fases iniciais de sua história. Crósta explicou que as crateras são apagadas pelos processos de erosão, sedimentação e pela atividade vulcânica e tectônica.

São mais de 170 crateras meteoríticas reconhecidas em toda a superfície terrestre. Elas são de diversos tamanhos e diferentes graus de preservação, mas a maioria se encontra em terrenos geologicamente estáveis e antigos, na América do Norte, Europa e Austrália. A primeira a ter sua origem associada ao impacto meteorítico foi a Cratera do Meteoro, ou Cratera Barringer, localizada no Arizona (EUA). Ela é associada a um fenômeno de impacto graças aos inúmeros fragmentos meteoríticos encontrados na região. Segundo o pesquisador, apenas as crateras menores e mais jovens têm possibilidade de conter fragmentos desse tipo. “Nas maiores e mais antigas nenhum fragmento sobrevive intacto. Estas últimas são geralmente crateras em avançado estado de erosão e são denominadas astroblemas, do grego para cicatrizes dos astros.” (PA/AAN)

Fonte: Da redação

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