As obras para a ampliação da capacidade da Hidrovia do Rio Parnaíba estão previstas para começar até o segundo semestre de 2026. O projeto visa transformar o rio em um importante modal logístico, facilitando o transporte de mercadorias entre o sul e o norte do Piauí, com escoamento pelo Porto de Luís Correia.
O plano inclui a revitalização de um trecho de 924 km do rio, entre os municípios de Uruçuí e Luís Correia, passando por Guadalupe e Teresina. Após a conclusão, a hidrovia permitirá a navegação de embarcações com 16 metros de largura, 90 metros de comprimento e 3 metros de calado.
A proposta integra um sistema intermodal, que prevê a combinação de hidrovia, rodovia, ferrovia e porto marítimo, com o objetivo de reduzir os custos logísticos, principalmente no transporte de soja e milho, além de permitir a exportação de grãos e minérios e a importação de combustíveis e fertilizantes.
Gestão do rio passa pelo Governo do Estado
No dia 16 de julho, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e o Ministério dos Portos e Aeroportos (MPor) formalizaram a transferência da gestão da hidrovia ao Governo do Piauí, por meio de convênio. Com isso, o estado assume a responsabilidade pela administração, manutenção e operação da via navegável, incluindo atracadouros em municípios dos estados do Piauí e Maranhão, como Araioses–Canárias (MA) e Ilha Grande–Tatus I e II (PI).
O papel da União, por meio do DNIT e MPor, será de fiscalização, elaboração de planos de supervisão e aplicação de medidas em caso de descumprimento das obrigações.
Recursos
O projeto de revitalização do Rio Parnaíba já foi aprovado pelo Comitê Gestor do Programa de Revitalização dos Recursos Hídricos das Bacias dos Rios São Francisco e Parnaíba. A liberação dos recursos depende da publicação de uma resolução.
O investimento principal, estimado em R$ 1 bilhão, é oriundo da privatização da Eletrobras, ocorrida em 2022. A aplicação do recurso é uma das condicionantes da desestatização, voltada à recuperação de recursos hídricos das duas bacias hidrográficas.
Além desse montante, outros R$ 350 milhões devem ser investidos na ligação da hidrovia com o Porto de Luís Correia, por meio da subsidiária Porto Piauí. Também estão previstos R$ 600 milhões em aportes da iniciativa privada, que serão utilizados na construção de estações de transbordo ao longo do rio.
Projeto inclui revitalização ambiental
Segundo o diretor de sustentabilidade da Porto Piauí, Daniel Guimarães, o projeto vai além da ampliação da navegabilidade. Estão previstas ações como recomposição florestal, revitalização de nascentes, abastecimento de água, esgotamento sanitário, educação ambiental e dragagem e derrocagem do leito do rio.
O processo de licenciamento ambiental está em andamento, com o Governo do Estado e o Ibama discutindo o termo de referência para o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima).
A expectativa é que a execução total do projeto leve de dois a três anos, contando com a participação de órgãos públicos, empresas privadas e comunidades diretamente impactadas.
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