Uma crise sem precedente envolvendo o presidente da CBF, Rogério Caboclo e seu suposto assédio moral e sexual gerou diversos debates a respeito do trato com as mulheres no mercado de trabalho.
Dentre os fatos narrados pela funcionária estão constrangimentos sofridos por ela em viagens e reuniões com o presidente e na presença de diretores da CBF, incluindo sucessivos comportamentos abusivos com perguntas íntimas que nada tinham a ver com o trabalho ou ainda julgamento sobre suas roupas.
Sheila Arantes, Analista de Recrutamento e Seleção da RH NOSSA diz que a sociedade não tolera mais este comportamento agressivo e discriminatório:
“Temos dezenas de vagas que não apareciam com tanta frequência para as mulheres, principalmente na engenharia, setor de logística, vagas operacionais e de liderança. Percebemos também que as mulheres estão ocupando vagas na área científica, e com muito destaque, isso muda todos os paradigmas e acaba com preconceitos”.
Equidade
Estudo recente do IBGE Estatísticas de Gênero, mostrou que a participação das mulheres no mercado de trabalho aumentou pelo 5º ano seguido. O preocupante é que, apesar de mais instruídas, as mulheres ocuparam apenas 37,4% dos cargos gerenciais e receberam 77,7% do rendimento dos homens em 2019. Enquanto o salário médio mensal dos homens era de R$ 2.555, o das mulheres era de R$ 1.985.
Mesmo com a questão salarial ainda longe de uma solução, o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho é visto pelo Ministério do Trabalho como um novo despertar para manter a equidade. Sheila entende que a sociedade abriu os olhos para a força das mulheres pela sua competência, e não pelo gênero:
“Esse tema veio para destacar os direitos das mulheres. Existem diversas normas jurídicas com o objetivo de proibir a discriminação e fomentar a equidade de gênero. Antigamente, as mulheres não tinham direito ao trabalho, ao estudo e nem mesmo ao voto, porém, a visão mudou. Mesmo assim, ainda há desigualdade em vários setores. Vemos que as mulheres acabam sendo alvo de preconceito e violência psicológica, gerando um desequilíbrio na sociedade”.
Onde a mudança é mais notável?
As multinacionais (automotivas) e eletrônicas já tem uma visão avançada neste tema acompanhando a tendência de equidade de gênero de outros países: “Esses exemplos, em pouco tempo, podem influenciar a mudança de visão em outras companhias” completa a especialista.
Fonte: KAKOI Comunicação