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Mais de 59% dos juízes piauienses acreditam que mutirão é ineficaz

Pesquisa 135 juízes do Piauí Amapi Associação dos Magistrados do Piauí (AMAPI)

Quarta - 19/06/2013 às 15:06



Foto: ig Supremo Tribunal Federal, em Brasília
Supremo Tribunal Federal, em Brasília
Mais de 59% dos magistrados piauienses acreditam que os mutirões não atingem o objetivo de desafogar a Justiça. O dado foi coletado pelo Instituto Amostragem, em uma pesquisa realizada em maio deste ano e que ouviu 135 juízes do Piauí.

A pesquisa foi encomendada pela Associação dos Magistrados do Piauí (AMAPI), tendo sido realizada antes do ultimo mutirão, e mostra que 59,18% dos entrevistados acredita que a realização de mutirões é uma atitude ineficaz para desafogar a Justiça. A principal justificativa apontada, com 37,93% das respostas, é que a medida é paliativa e não resolve, de fato, o problema.

A quantidade insuficiente de juízes, promotores e oficiais de justiça foi a segunda justificativa mais lembrada por aqueles magistrados que são contra a realização dos mutirões, com 22,41% das respostas.

“A pesquisa mostra o sentimento dos magistrados piauienses: a realização de um mutirão para dar celeridade aos processos é ineficaz porque simplesmente não há condições de trabalho”, frisa José Airton Medeiros, presidente da Amapi.

Apenas 26,53% dos entrevistados responderam que acreditam na realização dos mutirões como forma de desafogar a Justiça. A pesquisa foi realizada entre os dias 6 e 10 de maio deste ano.

Os magistrados revelaram ainda que a falta de assessores e servidores como o principal problema existente nas comarcas, apontado por 62,24% dos entrevistados.

Para 33,67%, o maior problema das comarcas é a falta de estrutura interna e física. Outros 19,38% apontaram que a falta de equipamentos, como armários e informática, como o principal problema. Esse item é de múltipla escolha e pode somar mais de 100%.

“É preciso compreender que o problema da Justiça é estrutural: faltam juízes, servidores e infraestrutura. Os juízes são os maiores interessados em prestar um serviço que atenda as demandas da sociedade, com julgamentos mais céleres, seguros e eficientes. Mas, do jeito que está, é humanamente impossível. O problema do judiciário precisa ser discutido com responsabilidade e com os mais diversos setores. E a solução do problema passa também pelos Poderes Legislativo e Executivo”, finaliza o juiz José Airton Medeiros.

Fonte: R 2 Comunicação

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