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ESCLEROSE MÚLTIPLA

Jornalista em tratamento de saúde é demitida de afiliada da Globo; Fenaj denuncia

Profissional atuava no G1 Piauí. Federação Nacional dos Jornalistas denunciou prática discriminatória e abusiva. Emissora afirmou que não comenta demissões.

Da Redação

Terça - 15/07/2025 às 11:48



Foto: Divulgação Rede Globo Fachada de Rede Clube de Comunicação, afiliada da Rede Globo no Piauí
Fachada de Rede Clube de Comunicação, afiliada da Rede Globo no Piauí

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí (Sindjor-PIdivulgaram, nesta segunda-feira (14), uma nota de repúdio à demissão da jornalista Mariane Aquino, que está em tratamento para esclerose múltipla. 

A profissional atuava no portal G1 Piauí, vinculado à TV Rádio Clube, afiliada da Rede Globo no estado, e teve o contrato rescindido mesmo apresentando laudos médicos que comprovavam sua capacidade para exercer as funções.

Na publicação, o Sindjor-PI classificou a demissão como “discriminatória e abusiva” e afirmou que o caso reflete a precarização do mercado de comunicação. Nos comentários há diversas manifestações de apoio à jornalista demitida.

“A demissão da colaboradora, em pleno tratamento, mostra o quanto o mercado de comunicação pode ser cruel quando um trabalhador adoece, muitas vezes em decorrência do próprio excesso de trabalho, assédio moral e cobranças desumanas por produtividade”, afirma o sindicato.

Ao Piauí Hoje, Mariane Aquino afirmou que, por enquanto, não está pronta para se pronunciar publicamente sobre o caso e que irá se manifestar em outro momento.“Ainda estou muito abalada. Psicologicamente afetada e tentando conciliar tudo para não ter um impacto maior na minha saúde, especialmente nesta fase de imunossupressão do tratamento”, declarou.

Fiscalização e possíveis medidas judiciais

O sindicato informou que irá acionar o Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério Público para investigar denúncias de jornadas excessivas, assédio moral e demissões consideradas abusivas em redações piauienses. 

A entidade também reforçou que, em casos de demissões com indícios de discriminação, o trabalhador pode buscar indenização por danos morais na Justiça do Trabalho, com apoio jurídico do Sindjor-PI.  “Infelizmente, temos recebido cada vez mais relatos de jornalistas adoecendo no exercício da profissão, seja por carga horária excessiva, pressão por produtividade ou assédio. Precisamos de fiscalização urgente”, diz outro trecho do comunicado.

Procurada, a Rede Clube informou que não comenta processos de rescisão contratual.

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