
O Grupo Matizes, responsável pela organização de todas as edições da Parada da Diversidade de Teresina, criticou publicamente a realização do evento “Parada Day”, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), marcado para 14 de setembro, dois dias após a data prevista para a 23ª edição oficial da Parada da Diversidade.
A entidade afirmou ter recebido com espanto a notícia e destacou que a Parada da Diversidade integra o calendário oficial do município de Teresina (Lei Municipal 4148/2011) e o calendário cultural do Piauí, divulgado anualmente pela Secult.
Segundo o grupo, até 2024 a maior parte dos recursos para o show da Parada vinha da Secult e da Fundação Cultural Monsenhor Chaves. Este ano, o Matizes afirmou ter realizado dezenas de reuniões com representantes do governo estadual para garantir recursos, incluindo um encontro em junho no qual foi informado de um aporte de R$ 280 mil para a edição de 2025.
Apesar disso, a entidade diz não ter recebido retorno formal ao seu pedido de reunião mais recente.
O Grupo Matizes classificou como inopinada a decisão da Secult de promover um evento paralelo reafirmando seu compromisso de manter a Parada da Diversidade como um ato inclusivo, de promoção da igualdade, sem “camarotização” e sem benefícios a empresas que lucram com eventos culturais financiados com recursos públicos.
Em mensagem divulgada nas redes sociais, a organização ressaltou que, no Brasil, mais de uma centena de Paradas do Orgulho LGBTQIA+ são realizadas anualmente pela sociedade civil, sem interferência direta do poder público na formatação ou organização.
“Nossa autonomia, própria de uma organização da sociedade, é inegociável”, afirmou o Matizes, reconhecendo, contudo, a importância do apoio institucional nos últimos 22 anos.