
“O estudo nos dá um vislumbre inédito de como estes animais eram quando estavam vivos”, disse em comunicado Mark Norell, do Museu Americano de História Natural e um dos autores do estudo publicado hoje (8) no periódico científico Science. Embora tivesse penas e asas, a análise do esqueleto e projeções da musculatura do Microraptor determinaram que ele não era capaz de voar.
A partir da comparação de padrões de pigmento da pena do fóssil do Microraptor com o encontrado em aves modernas, os cientistas determinaram que as penas tinham o brilho parecido com as penas de um corvo. Pesquisadores acreditam que elas tinham o propósito ornamental ou de sinalização para atrair parceiros.
O estudo conseguiu trazer aspectos comportamentais sobre o dinossauro. “A maioria das características de penas dos dinossauros continua sendo interpretada fundamentalmente como aspectos de aerodinâmica e locomoção”, disse Julia Clarke, uma das autoras do estudo e paleontóloga da Universidade do Texas. “Algumas destas estruturas são claramente características ancestrais que surgiram de outras funções e ficaram, enquanto outras devem ter sido ligadas a comportamentos de exibição, ou de sinalização para atrair parceiros. As penas foram desenhadas desde o começo para a locomoção, mas como nenhum pássaro nos contará, a cor das penas e o desenho também devem ter relação com um complexo repertório comportamental”, disse.
O estudo também contradiz a teoria de que o Microraptor seria um animal de hábitos noturnos visto que plumagem brilhante não é uma característica de aves modernas com hábitos noturnos.
Desde que foi descoberto, o dinossauro de quatro asas tem sido o centro de discussão sobre a evolução das asas para o voo. Embora anatomicamente o Microraptor seja muito semelhante às aves, ele é considerado um dinossauro não aviário e está no grupo dos Dromeossaurídeos, do qual também faz parte o Velociraptor.
Fonte: ig