Vinte e três anos após a morte do jornalista Donizetti Adalto, assassinado em uma emboscada no dia 19 de setembro de 1998 em Teresina, o ex-vereador Djalma Filho, acusado de ser o mandante do crime, será julgado. O juiz Antônio Reis de Jesus Nolleto, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri, designou o julgamento para o dia 25 de outubro deste ano.
A denúncia do Ministério Público se baseia no inquérito policial e afirma que Donizetti Adalto foi assassinado em uma emboscada, impossibilitando sua defesa e atingido por vários tiros a queima roupa, além de ter ficado agonizando e ainda foi torturado. O jornalista era candidato a deputado federal pelo PPS quando foi morto na avenida Marechal Castelo Branco.
Na época do crime, Donizetti Adalto estava em um carro acompanhado pelo seu companheiro de chapa, o Djalma Filho, que disputava o mandato de deputado estadual na época do crime. Djalma também é advogado e professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Eles retornavam de um comício em um automóvel Fiat Tipo quando foram abordados e Donizetti assassinado sem chances de defesa. A Polícia Federal ajudou a Polícia Civil nas investigações. Djalma Chegou a participar do velório de Donizetti Adalto, que ocorreu no Ginásio de Esportes Verdão.
A decisão de pronúncia ao Tribunal Popular do Júri se deu após a inclusão dos laudos periciais no processo que foi um pedido da defesa do ex-vereador. Os pedidos foram feitos em 2019 e foram parcialmente acolhidos pelo juiz. Outras solicitações semelhantes por perícias e laudos técnicos foram feitos antes pela defesa.
Foram anexados ao processo dois laudos da Perícia Criminal do Piauí produzidos em 1998, feitos em armas de fogo que teriam sido utilizadas no crime. De acordo com o laudo, dois projeteis encontrados no corpo de Donizetti Adalto foram disparados por uma das armas analisadas, um revólver calibre 38 da marca Rossi.
Os laudos periciais teriam sido encontrados apenas em 2021. Com a inclusão no processo, o julgamento está pronto para ser iniciado. Caso seja condenado, o ex-vereador Djalma Filho poderá pegar até 30 anos de cadeia.