Uma estudante de jornalismo da Universidade Federal do Piauí (UFPI) denunciou ter sido vítima de assédio sexual no corredor de acesso às salas de aula do Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHL). A jovem, identificada pelas iniciais A.L.S.M, de 19 anos, que seria filha de um médico, relatou que o crime ocorreu na semana passada. No entanto, o acusado continua circulando livremente pelo campus.
Nesta terça-feira (1⁰), o pai da vítima foi à universidade para exigir providências. A Polícia foi acionada e, junto à segurança da UFPI, localizou o suspeito. Entretanto, ele não foi detido por apresentar um atestado médico com diagnóstico de esquizofrenia. A identidade do homem não foi divulgada devido à sua condição de saúde, conforme explicou a polícia.
À reportagem do Piauí Hoje, a estudante contou que na sexta-feira passada (28.03), o rapaz a abordou, por volta das 7:30, pedindo informações. "Alegou que fazia engenharia civil e que era calouro e não conhecia a UFPI. Ele foi bem insistente e intimidante", disse a jovem.
A estudante conta também que, por medo, chamou uma colega de sala. "Como estávamos com medo na metade do caminho indicamos o trajeto que faltava e ao se “despedir” ele apertou a mão da minha amiga e quando foi apertar a minha me puxou e deu um beijo próximo a minha boca. Eu fiquei em choque e ainda assustada nós saímos de perto e fomos pra sala de aula", relatou a aluna de jornalismo da UFPI.
Histórico de assédios na UFPI
Este não é um caso isolado. A UFPI tem registrado crescentes denúncias de assédio sexual, moral e outras formas de violência, especialmente no período noturno. Alunos e funcionários relatam um clima de insegurança, com poucas ações efetivas da administração para coibir os abusos.
Em 2023, outra estudante do CCHL denunciou assédio por um colega de turma, que só foi afastado após pressão da comunidade acadêmica. Há ainda relatos de assedio moral de professores contra alunos e funcionárias, muitas vezes abafados por medo de represálias.
A UFPI ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso recente. A comunidade exige a criação de um comitê de enfrentamento ao assédio, maior iluminação nos corredores e a presença de seguranças treinados para lidar com situações de risco. Enquanto isso, a vítima e outras estudantes seguem em alerta, temendo novos ataques.
Policiais e seguranças da UFPI estiveram o acusado, mas o liberaram em seguida porque ele teria problemas mentais
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