
A adolescente Ana Luiza Neves, de 17 anos, morreu na Grande São Paulo após comer um bolo envenenado com trióxido de arsênio, entregue por um motoboy em sua casa. Segundo a investigação, a autora do crime é uma amiga da vítima, também de 17 anos, que confessou o envenenamento e está internada na Fundação Casa. A motivação, de acordo com a polícia, teria sido ciúmes.
O caso ocorreu no fim de maio, mas ganhou novos desdobramentos nos últimos dias com a confirmação da autoria e a ligação com outro envenenamento semelhante, ocorrido 15 dias antes. Na ocasião, uma jovem chamada Kamilly, também de 17 anos, recebeu um bolo no trabalho e passou mal após consumi-lo. Ela foi socorrida pela mãe e levada ao hospital, mas o material já havia sido descartado quando os médicos tentaram identificar a substância.
Segundo a polícia, os dois bolos foram entregues por motoboys e acompanhados de bilhetes com grafia parecida, assinados por um suposto admirador secreto. Um dos entregadores reconheceu a jovem suspeita, o que levou à sua detenção e confissão. Ela admitiu ter envenenado as duas adolescentes com trióxido de arsênio, agindo por ciúmes.
“Eu não acreditei. Achei que fosse outra pessoa. Ela vinha pra cá, comia, dormia, usava as maquiagens das minhas filhas”, relatou, em choque, Silvio Ferreira das Neves, pai de Ana Luiza. Ainda abalado, ele questiona: “Por que tanta crueldade?”.
Ana Luiza morreu em casa, após consumir parte do bolo enviado como presente. O doce também continha balas e um bilhete, mas escondia a presença do veneno, uma substância de venda livre no Brasil, apesar de seu altíssimo potencial tóxico. O trióxido de arsênio é usado em alguns contextos industriais e até em tratamentos médicos sob supervisão, mas, sem controle, representa grave risco à vida.
Por ser menor de idade, a autora do crime poderá permanecer internada por até três anos, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ela está reclusa desde a última semana na Fundação Casa.
Casos semelhantes de envenenamento com produtos industrializados já foram registrados em outras regiões do país, envolvendo alimentos como cajus, ovos de Páscoa e açaí.
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Fonte: Diário do Centro do Mundo