O governo federal pretende endurecer as regras contra o racismo no futebol brasileiro a partir de 2026. Em declaração feita nesta quarta-feira (21) na Câmara dos Deputados, o ministro do Esporte, André Fufuca, afirmou que clubes e federações que não adotarem medidas efetivas para coibir o racismo nos estádios deixarão de receber recursos públicos.
Um projeto de lei será enviado ao Congresso Nacional para alterar a Lei Geral do Esporte e tornar obrigatória essa postura antirracista no ambiente esportivo.
“Aqueles que não fizerem o combate rigoroso a essa prática, que eu considero nefasta, não receberão recursos do Ministério do Esporte”, declarou Fufuca durante audiência pública na Comissão do Esporte, em Brasília, onde apresentou as principais diretrizes da sua gestão para este ano.
O anúncio do ministro acontece em seguida de um aumento de ataques e denúncias de racismo por parte de torcedores nos últimos anos, em partidas dos campeonatos estaduais, nacionais e internacionais disputados por clubes brasileiros. Embora casos esporádicos ganhem repercussão nas redes sociais e na imprensa, as medidas adotadas até agora por entidades esportivas ainda são vistas como tímidas, ou inexistentes.
O ministro do Esporte, André Fufuca. Foto: Agência Câmara
Segundo Fufuca, o Ministério do Esporte vem atuando de forma conjunta com o Ministério da Justiça e com a Polícia Federal no enfrentamento à violência nos estádios, o que inclui também o combate a práticas discriminatórias.
A proposta de condicionar repasses públicos ao comprometimento com práticas antirracistas representa uma guinada na política esportiva nacional. “É inadmissível que ainda tenhamos que lidar com atitudes tão retrógradas dentro dos nossos estádios”, reforçou o ministro.
O projeto de lei deve ser formalmente apresentado nos próximos dias, e Fufuca afirmou estar aberto ao diálogo com o Congresso e com representantes do futebol para garantir que a legislação seja aplicada com efetividade e responsabilidade.
Fonte: Agência Câmara
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