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IRONIA

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar que filho ironizou nas redes sociais em 2018

Deputado ironizou o modelo como “autoprisão”; sete anos depois, Jair Bolsonaro é monitorado com tornozeleira

Por Isaac Da Silva (*)

Terça - 05/08/2025 às 09:00



Foto: Reprodução Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro

Em março de 2018, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou as redes sociais para ironizar o sistema de prisão domiciliar adotado no Brasil. Na publicação, ele questionava: “Dá para levar a sério um país onde existe PRISÃO DOMICILIAR? O condenado é carcereiro dele mesmo!!!”. Sete anos depois, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pai do parlamentar, foi colocado em prisão domiciliar por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (4).

Na época do Tweet, Eduardo defendia mudanças na legislação penal brasileira, alegando que a prisão em casa era sinônimo de impunidade. “Se não conseguem nem monitorar as tornozeleiras eletrônicas, quem dirá cada preso em seu domicílio”, escreveu. A crítica agora ganha uma interpretação de ironia, já que o próprio Jair Bolsonaro está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica e proibido de se comunicar com pessoas não autorizadas judicialmente, como parte das medidas impostas pelo Supremo.

Entenda o caso

A prisão domiciliar foi determinada após Moraes identificar o descumprimento de medidas cautelares por parte do ex-presidente, que teria usado redes sociais de aliados, incluindo seus filhos, para divulgar mensagens de teor político, que estava proibido por decisão anterior do próprio STF. A Corte entendeu que Bolsonaro, mesmo afastado de seus perfis, continuava influenciando o debate público por meio de vídeos e declarações transmitidas por terceiros.

Jair Bolsonaro é investigado por uma tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022 e responde a ações penais no STF. A prisão domiciliar foi uma medida adotada dentro do inquérito da Operação Tempus Veritatis, que apura o envolvimento de militares, ex-ministros e assessores na articulação de um plano golpista.

Com a medida, Bolsonaro está proibido de acessar redes sociais, de receber visitas não autorizadas e de manter contato com outros investigados. Todos os celulares do local foram recolhidos pela Polícia Federal, e o ex-presidente deverá permanecer sob vigilância permanente, com monitoramento por tornozeleira eletrônica.

A publicação de Eduardo Bolsonaro em 2018 foi resgatada pelos internautas nesta semana, após estes desdobramentos na investigação à Bolsonaro. A frase “o condenado é carcereiro dele mesmo”, usada de forma sarcástica por Eduardo, hoje se aplica, literalmente, ao ex-presidente.

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(*) Isaac Da Silva é estagiário sob supervisão da jornalista Nayrana Meireles -DRT 0002326/PI

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