
A Universidade Federal do Piauí (UFPI) contratou duas intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras) para atender Ana Beatryz Cunha Aragão, de 20 anos, estudante surda do curso de Arquitetura e Urbanismo, no Campus Ministro Petrônio Portella, em Teresina. A jovem ingressou na UFPI já este ano e enfrentou barreiras relacionadas a falta de inclusão. Sem intérprete oferecido pela instituição, Ana Beatryz quase abandonou o curso por não conseguir acompanhar o conteúdo das disciplinas.
Ana Beatryz denunciou a ausência do profissional em suas redes sociais e o caso ganhou grande repercussão na mídia. A mãe da aluna e colegas da universidade fizeram vaquinha para pagar um intérprete.
Deputado Rubens Vieira (PT) / Foto: Alepi
Recentemente, o deputado estadual Rubens Vieira (PT) apresentou um requerimento na Assembleia Legislativa solicitando à UFPI a contratação de um intérprete de Libras para a aluna. O documento foi aprovado por unanimidade e atendido pela instituição. O parlamentar comemorou a contratação.
“O direito à educação é inegociável. A Ana Beatryz foi aprovada por meio de cotas específicas para pessoas com deficiência, e a universidade tem o dever legal de garantir os recursos necessários para que ela possa concluir seu curso com dignidade e igualdade de condições”, declarou Rubens Vieira.
A contratação dos profissionais foi realizada por meio de um processo seletivo simplificado, em parceria com a Fundação Cultural e de Fomento à Pesquisa, Ensino, Extensão e Inovação (FADEX).
"A medida reforça o compromisso da Instituição com a inclusão e a acessibilidade, alinhando-se à Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) e à Resolução nº 076/2019 da UFPI, que garante o atendimento educacional especializado", disse a UFPI.
Reitora da UFPI, professora Nadir Nogueira / Foto: UFPI
A reitora da UFPI, Nadir do Nascimento Nogueira, destacou o compromisso da Instituição com a inclusão e reafirmou os esforços para a construção de um ambiente mais acolhedor e igualitário para todos os estudantes.
“A Universidade sempre esteve, e continuará atenta, a todas as necessidades dos nossos estudantes, para que possam permanecer e concluir seus cursos no tempo regulamentar. Na atual gestão, foi criada uma coordenação específica para inclusão, diversidade e acessibilidade. Somos sensíveis a essa pauta e continuaremos trabalhando para atender a todas essas demandas”, declarou Nadir.
A estudante Ana Beatryz comemorou a conquista e enfatizou a importância das políticas de acessibilidade no ambiente acadêmico.
"Fiquei muito feliz e aliviada com a chegada das intérpretes. Quando ingressei na UFPI, sabia que haveria acessibilidade para surdos, pois outros alunos já haviam vivenciado essa experiência. As intérpretes são essenciais durante as aulas, exercícios e provas. Com a presença delas e as adaptações necessárias, tudo fica muito mais fácil. É maravilhoso poder seguir com meu curso; é um sonho que não precisei desistir", afirmou.
Fonte: Com informações da Ufpi e Alepi