
O salário mínimo no Brasil poderá alcançar R$ 1.630 a partir de 1º de janeiro de 2026, caso a proposta do Governo Federal seja aprovada pelo Congresso Nacional. O valor, apresentado nessa terça-feira (8) durante audiência no Senado, representa o maior ganho real para o piso nacional em cinco décadas, segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento.
A previsão integra o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026 e projeta um reajuste com base na inflação medida pelo INPC (4,76%) mais um ganho real de 2,5%, que é o teto permitido pelo novo arcabouço fiscal. A fórmula segue a política de valorização retomada em 2023, que considera o Índice Nacional de Preços ao Consumidor mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
Se aprovado, o novo salário mínimo começa a valer oficialmente em janeiro de 2026, mas será pago na folha de fevereiro para trabalhadores, aposentados, pensionistas e beneficiários de programas sociais.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, destacou que o valor representa um avanço histórico, mas alertou para os impactos nas contas públicas. “Cada real de aumento no salário mínimo representa um impacto de R$ 420 milhões nas despesas federais”, afirmou.
Isso ocorre porque diversos benefícios sociais e previdenciários estão vinculados ao piso nacional, como aposentadorias, pensões, abono salarial, seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). De acordo com estimativas da pasta, a Previdência Social terá aumento de R$ 115,3 bilhões nas despesas, com compensação parcial de R$ 71,2 bilhões em arrecadação adicional.
Projeções preliminares para os próximos anos:
- R$ 1.724 em 2027
- R$ 1.823 em 2028
- R$ 1.925 em 2029
Esses valores ainda serão revistos nos PLDOs futuros, conforme novas estimativas de inflação e crescimento do PIB forem atualizadas.
A política de valorização do salário mínimo foi retomada em 2023, após ter sido descontinuada entre 2020 e 2022. A nova regra limita os aumentos reais a até 2,5% acima da inflação, conforme definido pelo arcabouço fiscal aprovado pelo Congresso, que impõe teto ao crescimento dos gastos públicos. A regra anterior permitiria aumento real de 3,4%, mas foi travada para garantir equilíbrio fiscal.
Nos últimos anos, o Brasil tem registrado aumentos consecutivos no salário mínimo. Veja a evolução recente:
- 2019: R$ 998,00 (4,61%)
- 2020: R$ 1.045,00 (4,68%)
- 2021: R$ 1.100,00 (5,26%)
- 2022: R$ 1.212,00 (10,18%)
- 2023: R$ 1.320,00 (8,81%)
- 2024: R$ 1.412,00 (6,97%)
- 2025: R$ 1.518,00 (7,1%)
A proposta para 2026 agora será analisada pelo Congresso Nacional. Caso aprovada, reafirma o compromisso do governo com a valorização do trabalho e da renda, dentro dos limites impostos pela política fiscal.
Fonte: Secom