Em parceria com o Governo do Estado e a iniciativa privada, o quilombo Mimbó, localizado no município de Amarante, a 160 km de Teresina, prepara o lançamento da sua própria marca de produtos artesanais que tem a digital da artista plástica Kalina Rameiro e toda a criatividade das artesãs da comunidade que empregam elementos da cultura africana em utensílios e peças exclusivas.
"Eu tive sempre a preocupação com comunidades quilombolas, saber que elas têm uma capacidade imensa de criar e produzir, mas que ninguém tinha esse olhar para elas. Daí surgiu a ideia de fazer essas comunidades a viver do que produzem e chegarem à emancipação econômica, a começar pelo Mimbó, o quilombo mais antigo do Estado com 203 anos de fundação", disse a governadora Regina Sousa.
O primeiro e bem sucedido passo deu-se no contato com a empresária Claudia Claudino, doadora da matéria-prima, retalhos excedidos da sua fábrica de confecções. "Desde quando visitei o Mimbó, a convite da governadora Regina, nasceu esse desejo de criarmos um centro de produção e tornar aquelas mulheres empreendedoras, agregando a cultura delas. Esse projeto nasceu e vem crescendo a cada dia, com uma alegria muito grande de ver um sonho se tornar realidade, podendo ser exemplo pra várias outras", declara a empresária.
Acreditar na força do empreendedorismo feminino foi fundamental na hora de apostar na ideia da marca Mimbó, mostrar que é possível chegar à emancipação financeira e tendo como caminho a economia criativa, partindo da vocação das mulheres do quilombo com o artesanato, mas ainda sem a qualidade exigida pelo mercado. Então, foram capacitadas treze mulheres pelo Sebrae que se firmaram como artesãs profissionais, atualmente desenvolvendo doze produtos.
Antes de desenvolverem as peças foi pensado em todos os aspectos além da criação. "Tínhamos o desafio de criar produtos bem aceitos no mercado, que se comunicassem com o que tem de abundante na comunidade e suas características culturais, feitos a partir de tecidos reaproveitados, tendo a sustentabilidade como valor agregado por ser um dos pilares dos atuais modos de produção", observa a artista plástica Kalina Rameiro.
De acordo com Regina Sousa, kalina foi convidada a empregar seu estilo e criatividade às peças e com o Sebrae as artesãs quilombolas estão aprendendo sobre qualidade, precificação e gestão, agregando valores de mercado ao produto. "A gente vai capacitá-las com o curso de gestão para oferecermos a cadeia de produção completa, inclusive com infraestrutura, construção do atelier, dos acessos à comunidade, internet, site e redes sociais para o comércio online. Estão prontas para expor seus produtos para o conhecimento e avaliação do público. Tem muita gente querendo comprar e nossa preocupação é que não falte o produto que já é desejo de quem teve a oportunidade de conhecer", disse.
"Vamos fazer uma bela exposição, num lugar acessível e que seja vitrine para todo mundo conhecer e encomendar os produtos. Estou muito feliz de ver uma ideia dando certo porque uma ideia que dá certo ela se multiplica. Temos outros quilombos, como o Periperi, o Caldeirão, o Miroró e a gente quer emancipar todos", finaliza a governadora.
Veja também:
Pronampe: micro e pequenos empresários já podem contratar empréstimos
Preço da gasolina no Nordeste recua 7,92% e etanol cai 3,54%
Brasil ultrapassa marca histórica de 16 GW na produção de energia fotovoltáica
Fonte: CCOM