
A Petrobras vai reduzir em 14% o preço da molécula de gás natural vendida às distribuidoras a partir de 1º de agosto. O corte é resultado da atualização trimestral prevista nos contratos firmados pela estatal, que consideram a variação do petróleo tipo Brent, com queda de 11% no período, e a valorização do real frente ao dólar, de 3,2%.
A medida vale para todas as distribuidoras do país que compram gás diretamente da Petrobras, mas não inclui o GLP (gás de cozinha), que tem política de preços distinta.
Com esse novo reajuste, o preço da molécula acumula uma queda de aproximadamente 32% desde dezembro de 2022. Caso sejam aplicados integralmente os programas de incentivo à demanda e os prêmios por performance adotados em 2024, a redução pode ultrapassar 33%.
A Petrobras ressalta que o percentual de corte pode variar conforme os contratos firmados com cada distribuidora, especialmente no caso de fornecimento ao mercado livre, onde há maior flexibilidade para negociação direta.
Efeitos no bolso do consumidor
Apesar da redução, o consumidor final pode não sentir imediatamente os efeitos no bolso. Isso porque o preço cobrado ao usuário final depende de uma série de outros fatores, como custos de transporte, tributos federais e estaduais, margens de comercialização e políticas tarifárias específicas de cada estado.
No caso do gás natural veicular (GNV), amplamente usado por motoristas de aplicativo, taxistas e frotistas, a queda no valor da molécula pode ajudar a conter os preços nos postos, mas o impacto dependerá da política adotada por cada rede de abastecimento.
No setor residencial, onde o gás encanado é utilizado em aquecedores de água, fogões e fornos, a medida pode contribuir para a redução das contas mensais, especialmente nas capitais onde há redes de distribuição estabelecidas. No entanto, o repasse também dependerá de autorizações das agências reguladoras estaduais.
Já em setores como comércio, serviços e indústria, o efeito tende a ser mais perceptível. Restaurantes, padarias, lavanderias e hotéis podem ter redução nos custos operacionais, enquanto segmentos industriais como cerâmica, vidro, siderurgia e alimentos devem ganhar em competitividade frente a produtos importados.
Com um maior efeito comercial, o consumidor cativo, aquele atendido pelas concessionárias estaduais, ainda depende de ajustes tarifários regulados para sentir os efeitos na conta. A expectativa do setor é que, com os avanços regulatórios e a ampliação da infraestrutura, o mercado de gás natural no Brasil se torne mais dinâmico e beneficie progressivamente todas as faixas de consumo.
A Petrobras divulgou uma nota esclarecendo sobre a redução dos preços; confira na íntegra:
"A Petrobras informa que, em 01/08/25, conforme os contratos acordados pela Companhia com as distribuidoras, os preços de venda da molécula de gás serão atualizados, com redução média de cerca de 14% em relação ao trimestre anterior.
Os contratos com as distribuidoras preveem atualizações trimestrais da parcela do preço relacionada à molécula do gás e vinculam esta variação, para cima ou para baixo, às oscilações do petróleo Brent e da taxa de câmbio R\$/US\$. Para o trimestre que se inicia em agosto de 2025, a referência do petróleo Brent caiu 11,0% e o câmbio teve apreciação de 3,2% (isto é, a quantia em reais para se converter um dólar reduziu-se em 3,2%).
Importante destacar que as variações por distribuidora dependem dos produtos contratados com a Petrobras e que, considerando os mecanismos criados pela empresa em 2024, dos prêmios por performance e de incentivo à demanda, é possível ampliar a redução no preço da molécula.
Desde dezembro de 2022, o preço médio da molécula vendido às distribuidoras acumula uma redução da ordem de 32%, incluindo o efeito da redução de agosto. Considerando a aplicação integral dos prêmios, a redução acumulada média poderá atingir mais de 33%.
A Petrobras ressalta que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da molécula pela Companhia, mas também pelo custo do transporte até a distribuidora, pelo portfólio de suprimento de cada distribuidora, assim como por suas margens (e, no caso do GNV, Gás Natural Veicular, dos postos de revenda) e pelos tributos federais e estaduais."
Fonte: Brasil 247 e G1