Economia

ALERTA

​​​Novo tarifaço de Trump ameaça tirar quase US$ 6 bilhões do agro brasileiro

CNA prevê queda de 48% nas exportações para os EUA; suco de laranja pode sair do mercado americano

Da Redação

Quinta - 24/07/2025 às 12:23



Foto: Reuters/Ueslei Marcelino Agro pode perder até US$ 5,8 bi com tarifaço de Trump, alerta CNA
Agro pode perder até US$ 5,8 bi com tarifaço de Trump, alerta CNA

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) alertou que o novo tarifaço de 50% anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros poderá gerar uma perda de até US$ 5,8 bilhões nas exportações do agronegócio para o mercado norte-americano. A medida, que deve entrar em vigor no dia 1º de agosto, afetaria cerca de 48% do volume total exportado pelo Brasil aos EUA, segundo estimativa divulgada pela entidade com base na elasticidade da demanda norte-americana.

Entre os setores mais prejudicados está o de sucos, com destaque para o suco de laranja, que pode ser praticamente excluído do mercado norte-americano devido à elevação da tarifa. Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 795 milhões em suco de laranja aos EUA, valor que pode chegar a zero caso a taxa seja aplicada. A CNA afirma que o impacto varia de acordo com o produto, mas a projeção considera que a tarifa de 50% seja integralmente repassada aos preços finais, reduzindo drasticamente a competitividade brasileira.

Além dos sucos, outros segmentos sofrerão perdas significativas. As exportações de açúcar de cana podem cair 74% em volume, carnes bovinas até 47% e café em torno de 25%. Os efeitos já começaram a ser sentidos antes mesmo da vigência oficial da tarifa, com retração nas compras norte-americanas de mangas, pescados e mel.

Segundo a CNA, o canal de diálogo formal entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos segue fechado e, até o momento, não há sinais de reversão da medida. A decisão de Trump foi justificada como uma retaliação comercial direcionada a países que, segundo ele, “não têm se dado bem” com os EUA, incluindo o Brasil na lista.

O governo Lula tem buscado alternativas diplomáticas e jurídicas para conter os impactos da medida, incluindo acionar organismos internacionais como a Organização Mundial do Comércio (OMC), mas líderes empresariais demonstram pouco otimismo quanto à possibilidade de suspensão da tarifa a curto prazo. Enquanto isso, produtores brasileiros e representantes do setor agroexportador acompanham com preocupação os desdobramentos da decisão da Casa Branca.

Fonte: Brasil 247

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