
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se neste domingo (13) no Palácio da Alvorada com ministros para definir a estratégia brasileira diante da ameaça de uma tarifa de 50% que os Estados Unidos pretendem impor a produtos brasileiros a partir de agosto. O objetivo principal do encontro foi articular uma negociação técnica, sem interferências políticas, envolvendo empresários dos setores mais afetados, como café, laranja, celulose e petróleo, para evitar a cobrança da tarifa.
Lula demonstrou disposição em aprofundar o diálogo com autoridades norte-americanas por meio de canais técnicos e destacou que as tratativas comerciais não envolvem temas políticos, como uma possívelanistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, afastando especulações sobre concessões nesse sentido. A coordenação dessa estratégia conjunta ficará a cargo do vice-presidente Geraldo Alckmin, que liderará um grupo temático para organizar as discussões com o setor produtivo e o governo.
Durante a reunião, o presidente reafirmou que o Brasil está preparado para adotar medidas de reciprocidade caso os Estados Unidos mantenham a decisão de aplicar a tarifa de 50%. Entre as ações discutidas estão a criação de cotas para produtos como café e laranja, caso não haja flexibilização nas negociações. Auxiliares do governo ressaltam que, apesar do presidente norte-americano Donald Trump ser imprevisível, há uma expectativa de que o percentual da tarifa possa ser reduzido para 30%, valor já aplicado contra aUnião Europeia e o México, países que possuem balança comercial favorável com os EUA.
O esforço político e econômico do governo brasileiro reflete a preocupação com o impacto que uma tarifa elevada pode causar à exportação de produtos estratégicos e visa preservar os interesses do setor produtivo nacional, que pode ser duramente afetado pelas medidas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos.
A agenda de encontros entre ministros e empresários está prevista para acontecer ao longo desta semana, buscando um alinhamento conjunto e efetivo para enfrentar o cenário comercial adverso.
Fonte: CNN