Economia

INVESTIGAÇÃO

Governo rastreia uso de criptomoedas na fraude do INSS

Ministro da AGU revela que entidades fantasmas podem ter desviado até R$ 6,3 bilhões com autorizações falsas

Da Redação com informações do Brasil 247

Terça - 20/05/2025 às 10:09



Foto: Reprodução/JusBrasil CGU assume investigações de fraudes no INSS e aponta indícios de conluio interno em esquema bilionário
CGU assume investigações de fraudes no INSS e aponta indícios de conluio interno em esquema bilionário

O governo federal investiga o uso de criptomoedas para ocultar desvios bilionários em fraudes contra beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A informação foi confirmada nesta terça-feira (20) pelo ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias.

O esquema envolve entidades associativas que falsificaram autorizações de desconto em folha para descontar valores indevidos de aposentados e pensionistas. A estimativa da Polícia Federal é de que o prejuízo causado entre 2019 e 2024 pode chegar a R$ 6,3 bilhões.

“Solicitamos ao juízo que seja feito um rastreio a partir de corretoras de criptomoedas para entender por onde esse recurso passou, caso tenha sido utilizado”, afirmou Messias.

A AGU já pediu o bloqueio de bens das entidades envolvidas e o rastreamento das transações financeiras. Parte das operações teria ocorrido em plataformas digitais para dificultar o rastreamento do dinheiro.

Segundo o ministro, dois grupos distintos foram identificados: um composto por entidades fantasmas, sem sede ou atividade associativa real, e outro que pagava propina a servidores públicos para manter os descontos nos contracheques. “São entidades que não prestam nenhum tipo de serviço, que não têm sede social e sequer vida associativa”, disse. “Já temos seis servidores identificados e afastados por envolvimento com corrupção.”

A operação que revelou o esquema levou à demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e à prisão de seis suspeitos ligados às entidades investigadas.

Diante das irregularidades, o governo avalia encerrar o modelo atual de desconto em folha para associações. A proposta é que, futuramente, essas transações sejam feitas diretamente entre os beneficiários e as entidades, por meio de mecanismos como PIX ou transferência bancária.

“Estamos refletindo sobre o risco e os elementos de controle. É possível que o governo tome uma decisão em breve”, afirmou Messias.

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Fonte: Brasil 247

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