
Em uma ação para fechar o cerco às casas de apostas que operam ilegalmente, o Governo Federal e as empresas legalizadas do setor uniram forças para intensificar o combate aos sites ilegais. Um laboratório cibernético será implantado para identificar e bloquear com mais agilidade e precisão desses sites que praticam concorrência desleal e não oferecem proteção aos consumidores.
A grande inovação do laboratório está na sua capacidade de ir além do simples bloqueio de endereços web (URLs). A ideia é que, por meio de análises técnicas aprofundadas, o sistema consiga detectar características próprias da arquitetura dos sites ilegais .
Isso significa que, mesmo que um site ilegal mude de endereço para tentar burlar o bloqueio, uma prática comum , a digital específica da sua estrutura poderá ser rastreada, tornando a detecção muito mais eficiente . O objetivo é que os bloqueios se tornem mais rápidos, transparentes e mais difíceis de burlar.
A iniciativa é resultado de um acordo de cooperação assinado pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA-MF), pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pela Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), que reúne as empresas autorizadas .
A ANJL será a responsável por estruturar e oferecer o laboratório, físico e virtual, marcando uma parceria inédita do setor privado regulado com as autoridades fiscalizadoras. Para o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Régis Dudena, a participação da ANJL é um diferencial. "A novidade do acordo é a presença da ANJL, uma entidade que tem sido uma grande parceira no processo de consolidação do mercado regulado", afirmou.
O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, reforçou a necessidade da união de esforços: "O combate às bets ilegais exige um esforço conjunto do poder público e do setor regulado. É fundamental criar barreiras tecnológicas eficazes".
A urgência da medida fica clara com os números do Ministério da Fazenda: desde outubro do ano passado, a secretaria já notificou a Anatel para o bloqueio de 18 mil sites ilegais. O novo acordo, que tem vigência de três anos, abre a possibilidade para que outras associações e até empresas individualmente possam aderir à iniciativa no futuro, fornecendo novas ferramentas para o combate. Segundo a ANJL, o mercado regulado de apostas no Brasil já é o maior da América Latina e um dos maiores do mundo. A medida busca proteger os consumidores, garantir a integridade do setor e coibir a concorrência desleal.
Fonte: Agência Brasil