O mercado mundial, em especial o brasileiro, tem em seus altos cargos homens como gestores e líderes. Nas franquias, modelo de negócio caracterizado pelo licenciamento de uma marca para implantar ou desenvolver um negócio, a realidade começa a ser diferente, pois essa estratégia de mercado tem se destacado dentro do público feminino, especialmente em cargos de liderança. De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), quase metade das 156 mil franquias brasileiras são comandadas por mulheres e, na gestão delas, o faturamento é maior quando comparado com as lideradas por homens.
Segundo a psicóloga e analista de Recursos Humanos da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau em Teresina, Vida Prado, as mulheres conseguem um desempenho de excelência e com alta lucratividade quando estão à frente de franquias. "Uma pesquisa de consultoria da Rizzo Franchise aponta que cerca de 48% (quase 75 mil) dos franqueados no Brasil são geridos por mulheres, sendo essas franquias expressivas e com faturamento até 34% mais alto. Ou seja, estamos observando lideranças cada vez mais assertivas, mais focadas, curiosas e atentas", explica Vida.
Um outro estudo realizado pela Rede Mulher Empreendedora (RME) apontou uma crescente do percentual: a cada 100 empresas abertas no país, 52 são comandadas por mulheres. Segundo a especialista, os dados demonstram que a expressividade das mulheres em cargos de liderança é por conta do contínuo esforço em investimento de carreira, influência da desigualdade quando o assunto é equiparação salarial. "As mulheres, infelizmente, ainda são prejudicadas pelo descrédito de gênero e de trabalho, o que as obriga a estarem cada vez mais capacitadas – à frente do público masculino. Para isso, elas fazem mais pós-graduações, mais mestrados, mais doutorados e temos aí uma geração que se destaca por alta performance, com facilidade de comunicação, de empatia e habilidade de organização. Ou seja, competências que são essenciais para o sucesso de empresas", finalizou a analista.
Os dados referentes ao aumento de gestoras de sucesso são reflexo da maior presença feminina nas instituições de ensino superior. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), 53% dos bolsistas de mestrado e doutorado no Brasil são mulheres, preenchendo 195 mil vagas das 364 mil matrículas. Desta forma, essa participação demonstra o resultado de lutas e de aperfeiçoamento nas áreas do conhecimento e liderança, por meio de mais investimento na carreira de milhões de mulheres.