O país registrou em dezembro de 2020 o maior aumento no número de vagas de emprego na indústria na comparação com o último mês de 2013. Entretanto, a falta e o alto custo de insumos continuam sendo o principal problema para a indústria e podem ser um fator de desaceleração desse crescimento.
Os dados são da pesquisa da Sondagem Industrial, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), e foram divulgados nesta quinta-feira (21/1). No total, 1.887 empresas foram entrevistadas, entre os dias 4 e 15 de janeiro. Conforme o estudo, o índice de evolução do número de empregos ficou em 50,5 pontos, 0,5 ponto acima da linha divisória que indica o crescimento.
Os dados demonstram que o setor encerrou o ano relativamente forte, mas já apresenta sinais de desaceleração. Um dos motivos desse freio no crescimento é justamente a falta de insumos. “No quarto trimestre de 2020, a falta ou alto custo da matéria prima, que já havia se tornado o principal problema da indústria no terceiro trimestre, cresceu de importância e foi assinalada por um percentual ainda maior de empresas”, conclui a CNI.
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No ano passado, várias empresas tiveram que parar a produção. A indústria de cervejas, por exemplo, foi afetada no fim do ano passado por não ter vidros e latas para produzir embalagens. O percentual de indústrias que enfrentou o problema cresceu de 57,8%, no terceiro trimestre para 64,3% trimestre, atingindo assim quase duas a cada três indústrias brasileiras. O dado influencia na queda da produção industrial, que em 2020 quebrou uma sequência de seis meses de crescimento.
“Essa reclamação da demanda dos insumos não estar acompanhando a oferta é um problema generalizado, que foi identificado em todos os tipos de indústria”, disse ao Metrópoles o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Ele também afirmou que os bons resultados neste mês em termos de lucratividade e situação financeira das empresas vieram porque a situação da crise econômica estava muito crítica no começo da pandemia. “Não significa que agora esteja excelente, mas os dados apontam um crescimento em relação ao que foi perdido.”
As projeções do economista para os próximos meses indicam uma acomodação da atividade industrial e, por consequência, da geração de empregos.
Fonte: Metrópoles