Até o início da noite desta sexta-feira (15), os donos de postos de combustíveis ainda não haviam reduzido o preço da gasolina no Piauí, como determina a lei sancionada na terça-feira (12), pela governadora Regina Sousa. Já se passaram três dias após a validade da lei e os preços continuam os mesmos tanto na capital quanto no interior do estado.
A lei está em vigor desde quarta-feira (13) e determina a cobrança de apenas 18% de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, sobre o valor da gasolina, o que reduziria em R$ 1,35 o preço do combustível, mas até agora o consumidor não obteve tal benefício.
No posto Dois Irmãos, em Piracuruca, não foi reduzido um só centavo do preço da gasolina. Na quarta-feira o produto custava R$ 7,29 o litro e o óleo diesel era vendido a R$ 7,69 o litro. O mesmo se registrava em todos os postos localizados na BR-343, entre Teresina e Parnaíba.
Nesta sexta-feira (15) no final da tarde o preço do litro de gasolina estava custando R$ 6,99 no Ecoposto Barra, na entrada do povoado Barra Grande, município de Cajueiro da Praia, no litoral do Piauí.
Agora, a desculpa dos donos de postos é que estão aguardando renovar o estoque para aplicar a nova alíquota do ICMS e reduzir o preço da gasolina. Mas quando é para elevar os preços eles nunca esperam a renovação de estoques.
Eles viviam culpando os governadores, os estados e o valor do ICMS pelos altos preços dos combustíveis. Tudo para enganar os consumidores enquanto lucram absurdos com os preços nas alturas. E isso prova que a ação dos donos de postos é semelhante as dos cartéis.
Congelamento de preços
Também nesta sexta-feira (15), o deputado estadual Franzé Silva (PT) defendeu o congelamento nos preços dos combustíveis e a necessidade de mobilização da população, caso os preços não baixem ou aumentem, mesmo com a alíquota do ICMS já reduzida no Piauí e em outros estados.
"A justificativa deles [dos bolsonaristas] desapareceu, o ICMS está reduzido e unificado. Se aumentar os preços dos combustíveis, teremos que ir pra rua exigir, cobrar o congelamento de preços. Queremos a redução imediata, sobretudo da gasolina, mais consumida pelos mais pobres", disse Franzé.
Na verdade, o governo federal, a Petrobras e os donos de postos nunca fizeram a menor questão pela redução dos preços dos combustíveis. E por um simples motivo: quanto mais altos forem os preços, mas lucros eles tem.
Ou seja, os discursos do governo federal e dos donos de postos são falácias para tentar enganar o povo, principalmente nessa época de eleição.
Mas o mais estranho disso tudo é o fato do diligente Ministério Público não acionar os donos dos postos de combustíveis para que cumpram e lei como fez rapidamente ao notificar o Governo do Estado para cumprisse a lei federal que trata do mesmo assunto. Ou seja, contra o Estado esturra como um leão, mas contra o cartel mia que nem um gatinho.