
Tradição, religiosidade, cultura popular e identidade são os alicerces do Reisado, uma das manifestações folclóricas mais marcantes do Brasil. Com presença em diversas regiões, o Reisado se adapta conforme as influências locais, e no Piauí, a tradição segue viva graças ao esforço de grupos como o Reisado do Peador, de Simplício Mendes, cidade localizada a 416 km de Teresina.
Com mais de 70 anos de história, o grupo vai se apresentar nesta quarta-feira, 4 de junho, no Theatro 4 de Setembro, às 20h, com o espetáculo "Auto de Reis do Peador – Um Reisado Piauiense". A entrada será mediante a doação de 2 kg de alimentos não perecíveis.
O grupo surgiu na comunidade rural do Peador, em 1952, com a chegada da família Torquato, que trouxe consigo uma forte tradição de fé cristã, expressa através da música, dança e narrativas do Reisado. No entanto, com o tempo, a manifestação perdeu força e ficou adormecida por cerca de 15 anos.
Foi em 2016, com o trabalho do ASCENDER – Ponto de Educação e Cultura, que a tradição do Reisado começou a ser resgatada. O projeto buscou recuperar a dança, os cantos e rituais, que até então eram transmitidos apenas oralmente. Com o apoio da comunidade, o trabalho deu força à identidade cultural local e resultou no reconhecimento do grupo como Patrimônio Cultural Imaterial do Município, além de declarar a comunidade do Peador como Comunidade Tradicional.
Agora, o espetáculo se renova em uma apresentação musical envolvente, que traz à cena a religiosidade sertaneja e a sabedoria ancestral do povo piauiense. A apresentação é uma das contempladas pela Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), com recursos do Ministério da Cultura, Governo do Estado do Piauí e a Secretaria de Estado da Cultura (Secult).
"O Reisado do Peador é um exemplo de como a cultura popular resiste, se reinventa e emociona. Através da PNAB, conseguimos fortalecer manifestações culturais do interior do estado, que merecem visibilidade, respeito e apoio", afirmou o secretário de Estado da Cultura, Rodrigo Amorim.
Fonte: CCOM Piauí